Um veículo de passeio, equipado com a mais alta tecnologia, promete acabar – ou pelo menos reduzir – com o ruído das britadeiras, a interdição de tráfego e, principalmente, com o alto custo no levantamento de informações sobre as condições das vias públicas, sejam nas rodovias ou em zona urbana. O laboratório móvel de pavimentação, apresentado pela equipe de Geotecnia da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (Ufba), vai proporcionar a avaliação de uma via pública com a apresentação de gráficos e todas as informações necessárias para apontar o real estado do piso. O equipamento é o terceiro desenvolvido no Brasil. Outras unidades já são utilizados em São Paulo e em Minas Gerais.

O laboratório móvel, adaptado em um Ecosport, foi exibido pela primeira vez durante a 15a Reunião de Pavimentação Urbana (RPU), na semana passada no hotel Pestana, no Rio Vermelho. “Estamos negociando agora com o Derba (Departamento de Infra-Estrutura de Transportes da Bahia), Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes) e com algumas prefeituras”, afirma o professor Luis Edmundo Campos, responsável pelo projeto.

O carro possui um Ground Penetrating Radar (GPR), conhecido como Georadar, que mapeia a espessura do asfalto, além de um perfilômetro a laser, que mede a ondulação da estrada no sentido longitudinal e transversal. Ainda de acordo com Campos, há uma microcâmera e um FWD, aparelho que verifica a estrutura das rodovias, em todas as camadas do terreno. “Tudo está amarrado a um sistema de satélites”, explica.

Hoje, os trabalhos para a recuperação são realizados com a utilização de máquinas que fazem furos para verificar a espessura do solo, muitas vezes interrompendo o trânsito. O Ecosport da Politécnica, por sua vez, é capaz de avaliar o piso a uma velocidade de 80km por hora, com a possibilidade de, em apenas dois meses, avaliar os cinco mil quilômetros da malha rodoviária federal na Bahia.

“Com os dados, os gestores poderão aplicar melhor os recursos, pois terão informações sobre a real necessidades das pistas”, completa o professor, que é também diretor da Escola Politécnica da Ufba. Segundo Campos, durante cinco anos, o investimento no projeto foi de aproximadamente R$700 mil.