Dizer que no Sistema Anchieta-Imigrantes, que liga São Paulo a Santos, não há problemas de segurança, como pretende o gerente de Atendimento ao Usuário da Ecovias, concessionária da rodovia, é uma tentativa de escamotear uma realidade que poderia ter sido evitada, de quase 300 veículos engavetados, vários feridos graves e uma morte, que ocorreram na tarde da última quinta-feira, 15.
Preocupa mais ainda essa situação, porque a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), responsável por fiscalizar as concessões das estradas paulistas, garante que a sinalização está de acordo com a norma vigente. Um atestado de que a estrutura de transporte do estado precisa de uma faxina grossa.
Se providências não forem tomadas para melhorar a condição de tráfego daquela movimentada rodovia, do mesmo modo que o ocorrido já era anunciado, outros poderão acontecer, principalmente por falta de sinalização adequada, como apontou o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte do Litoral Paulista, Marcelo Marques da Rocha.
Pretender resolver essa situação grave com comboios nas situações de neblina é uma tentativa de dar uma desculpa esfarrapada para a sociedade que paga alto pedágio para utilizar sem segurança esse sistema de moderno traçado e por onde também circulam veículos pesados que transportam cargas do Porto de Santos. Entre eles, muitos transportando produtos químicos perigosos.
Provavelmente, os danos ocorridos nesse acidente são de responsabilidade da Ecovias, conforme aponta até mesmo o governador do estado, Geraldo Alckmin. Afinal, a concessionária cobrou e permitiu o tráfego inseguro na rodovia que administra.
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