O sonho da Placa Preta já é realidade para 24 modelos, entre carros e motos
CHARME EXTRA: A tão sonhada 'placa preta' já é realidade para 24 modelos, entre carros e motos. Foto: Divulgação

Veículos fabricados há 30 anos ou mais já podem circular pelas ruas e estradas com um ‘toque de charme’

Se você é proprietário de algum modelo de carro ou motocicleta fabricado há 30 anos ou mais, esse é o momento para circular pelas ruas, avenidas e estradas exibindo a tão desejada placa preta.

Neste ano, 24 modelos de veículos, entre carros e motos, estão aptos a obter esse “selo de qualidade”, que além de conferir charme extra, ainda aumenta o valor de mercado. Um boa notícia: o processo de obtenção é mais simples do que se imagina. Quem garante é a Associação Brasileira de Colecionadores de Veículos Antigos (TopClassic), especializada no
assunto e que presta serviços em vários estados brasileiros.

De acordo com Diogo Boos, os critérios para ter direito a uma placa preta são: possuir 30 anos de fabricação; manter as características originais (perfazendo no mínimo 80 pontos na planilha de avaliação; estar em bom estado de conservação; integrar uma coleção e apresentar certificado de originalidade mediante vistoria presencial.

Boos acrescenta que o veículo deve ser vistoriado por um clube credenciado à Senatran, para obter o Certificado de Originalidade. “Cada item do veículo é avaliado como por exemplo o motor, parte elétrica, suspensão, pneus, rodas, calotas, frisos, vidros, faróis, lanternas, para-choques, pintura, estofamento, volante, painel, instrumentos e maçaneta entre outros“, explica.

Segundo Boos, depois de obtido o certificado de originalidade (CVCOL) o emplacamento pode ser feito no mesmo dia, dependendo do Detran de cada estado.

Conforme explicou o presidente da TopClassic, o ‘bom estado de conservação’ engloba a manutenção geral do veículo tanto no funcionamento como no aspecto geral. Ou seja sem danos, amassados, lascados, partes faltantes etc.

Segundo Boos, em todos os estados brasileiro os procedimentos são os mesmos, podendo variar as taxas do Detran ou tempo para o atendimento.

A tão sonhada 'placa preta' já é realidade para 24 modelos, entre carros e motos
GOL “BOLA”: A tão sonhada ‘placa preta’ já é realidade para 24 modelos, entre carros e motos. Foto: Divulgação

Associado de um clube

Mas, além de ter um carro com 30 anos ou mais, a pessoa interessada na placa preta precisa participar de um clube. “Dentro de 5 anos o veículo passa por nova vistoria para verificar se ainda mantém as características originais e se não for mais vinculado ao clube deverá procurar outra associação para realizar essa vistoria, salienta Boos.

Segundo o presidente, a primeira resolução para a placa preta surgiu em 1998, quando o advogado e jornalista Automotivo Roberto Nasser era presidente da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA). O modelo atual surgiu em 2022 por iniciativa do Detran do Paraná juntos aos clubes e à FBVA, e atende à Resolução 957/2022, que passou a valer em 1° de junho de 2022.

Para Boos, sempre que um modelo faz 30 anos, fica a impressão de que é muito novo para rodar com a placa preta, mas a renovação é muito bem-vinda, reforça. “A participação de novos colecionáveis cria a oportunidade para mais apaixonados terem seu veículo antigo’’, diz.

A tão sonhada 'placa preta' já é realidade para 24 modelos, entre carros e motos
TOPCLASSIC: A tão sonhada ‘placa preta’ já é realidade para 24 modelos, entre carros e motos, comemora Diogo Boos, presidente da TopClassic. Foto: Divulgação

Ano promissor

O ano de 1994 foi repleto de lançamentos, tanto de carros inéditos quanto de novas versões de modelos já existentes. A indústria automotiva nacional estava a pleno vapor e o mercado havia sido aberto aos importados apenas 4 anos antes, em 1990. Resultado: uma infinidade de automóveis e motos chegava às lojas.

Alguns, porém, se destacaram em meio à multidão e marcaram época. Um deles foi o Fiat Uno Turbo, primeiro nacional a vir equipado com motor turbinado de fábrica, o 1.4 de 4 cilindros e 118 cv. Como acelerava de 0 a 100 km/h em 9,2 s e atingia 195 km/h, rapidamente conquistou o título de carro mais rápido do Brasil.

Mas o reinado durou pouco, pois logo em seguida a Fiat lançou o Tempra Turbo que, com o seu 2.0 de 165 cv, acelerava de 0 a 100 km/h em 8,2 s e alcançava 220 km/h.

A tão sonhada 'placa preta' já é realidade para 24 modelos, entre carros e motos
MAIS VELOZ: Fiat Tempra Turbo 2.0 acelerava de 0 a 100 km/h em 8,2 s e alcançava 220 km/h. Foto: Divulgação

Outro modelo esportivo que recebeu mudanças em 1994 foi o Chevrolet Omega, passando a vir equipado com um novo 6 cilindros: o 4.1 de 168 cv no lugar do 3.0 alemão de 165 cv. Com potências bem mais modestas, a Chevrolet lançava o Corsa em duas opções de
motorizações: 1.0 de 50 cv e 1.4 de 60 cv.

Mas não demorou para a versão esportiva GSi dar as caras no Salão do Automóvel de 1994, elevando a régua com o motor 1.6 16V de 108 cv. A Volkswagen não ficou para trás e apresentou a nova geração do Gol, apelidada de ‘‘Gol Bola’’ devido ao seu design arredondado, muito mais moderno em relação ao do Gol quadrado. O modelo podia vir equipado com o 1.0 de 50 cv ou o 1.6 de 86 cv.

No início de 1994, começava a chegar às lojas o VW Pointer, que havia sido apresentado um mês antes, em dezembro de 1993. Eram quatro versões e duas opções de motor. As potências totalizavam 86 cv (1.8 a gasolina), 95 cv (1.8 a etanol), 106 cv (2.0 gasolina) e 113 cv (2.0 etanol). Cereja do bolo, a topo de linha GTi trazia motor AP-2000 injetado de 115,5 cv. O hatch, porém, teve vida curta, saindo de linha em dezembro de 1996, após 37 mil unidades vendidas.

Modelos menos famosos também estreavam há 30 anos: os franceses Citroën ZX Volcane 16V (2.0 de 155 cv) e Renault Twingo (motor 1.2 de 55 cv) e o sul-coreano Daewoo Espero (propulsor 2.0 de Monza com 115 cv). Um simpático asiático – que na verdade era uma cópia do Jeep Wrangler – ampliava as opções para o fora-de-estrada: o Rocsta GT. Equipado com motor 2.2 diesel de 72 cv, chegou importado pela Asia Motors, famosa pelas vans Towner e Topic.

Paralelamente, desembarcavam no Brasil esportivos que iriam se tornar muito desejados por toda uma geração: Ferrari F355 (V8 3.5 de 380 cv), Dodge Viper (V10 8.0 de 400 cv), o Audi S6 (motor de 5 cilindros 2.2 de 230 cv) e a perua Audi RS 2 Avant (motor 2.2 turbo de 5 cilindros da Porsche com 315 cv).

Mais comportados, outros carros pavimentariam um sólido caminho a seus sucessores, a exemplo da quinta geração do Toyota Corolla (motor 1.8 de 115 cv) e também a quinta geração do Honda Accord (motor 2.2 de 145 cv). Dos Estados Unidos, chegavam o sedã Ford Taurus (V6 3.0 de 142 cv) e, por meio de importadores independentes, a picape Ranger (V6 4.0 de 162 cv).

A tão sonhada 'placa preta' já é realidade para 24 modelos, entre carros e motos
IMPORTADO: O comportado Toyota Corolla, da 5ª geração, tinha motor 1.8 de 115 cv. Foto: Divulgação

Motocicletas que chegaram aos ”30’’

No mercado de motos, 1994 teve poucas, mas importantes novidades. A Honda lançava um dos maiores sucessos de todos os tempos, a CG Titan, equipada com motor de 125 cilindradas e 12,5 cv. A gaúcha Agrale dava o troco nacionalizando a Cagiva Super City 125, com seu belo visual e motor de 34 cv.

Entre as esportivas, brilharam a Ducati 916 Senna (115 cv de potência), desenvolvida em colaboração com o piloto Ayrton Senna, e a Suzuki GS 500 E (52 cv). Também em 1994, a Honda trazia a custom Magna 750, com motor de 78 cv, enquanto a rival Yamaha lançava a
Virago 535 (47 cv).

Neste ano, qualquer moto, carro, ônibus ou caminhão fabricado em 1994 ou antes está apto a solicitar a placa preta.

A tão sonhada 'placa preta' já é realidade para 24 modelos, entre carros e motos
CEGEZINHA: A tão sonhada ‘placa preta’ já pode ser estampada na icônica Honda CG 125cc. Foto: Divulgação

Modelos de carros que comlpetam30 anos em 2024:

1 – Volkswagen Gol ‘‘Bola’’
2 – Volkswagen Pointer
3 – Chevrolet Corsa Wind, Super, GL e GSi
4 – Chevrolet Omega 4.1
5 – Fiat Uno Turbo
6 – Fiat Tempra Turbo
7 – Ferrari F355
8 – Dodge Viper
9 – Audi S6
10 – Audi RS 2 Avant
11 – Toyota Corolla (5ª geração)
12 – Honda Accord (5ª geração)
13 – Ford Taurus
14 – Ford Ranger
15 – Renault Twingo
16 – Citroën ZX Volcane 16V
17 – Daewoo Espero
18 – Asia Rocsta GT

Motocicletas que completam 30 anos em 2024:

1 – Honda CG Titan
2 – Cagiva Super City 125
3 – Honda Magna 750
4 – Yamaha Virago 535
5 – Ducati 916 Senna
6 – Suzuki GS 500E

Fonte: TopClassic

A tão sonhada 'placa preta' já é realidade para 24 modelos, entre carros e motos
SONHO: Entre as esportivas, brilharam a Ducati 916 Senna (115 cv de potência), desenvolvida em colaboração com o piloto Ayrton Senna. Foto: Divulgação

Passo a passo para solicitar a Placa Preta

Antes de mais nada, é preciso ressaltar que a placa preta para veículos antigos é diferente daquela utilizada por carros oficiais, como prefeituras, pois identifica um exemplar de coleção. Para consegui-la, é necessário que o automóvel, moto, ônibus ou caminhão tenha sido fabricado há 30 anos ou mais, esteja em bom estado de conservação e atinja um mínimo de 80 pontos na vistoria de originalidade. “O primeiro passo é filiar-se a um clube, que é o responsável por informar anualmente à Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) sobre os Certificados de Veículo de Coleção (CVCOL) expedidos, mantendo obrigatoriamente um cadastro de associados e suas placas pretas”, explica Boos.

A segunda etapa é agendar a vistoria com o clube. “Nós temos um importante diferencial: realizamos uma pré-vistoria sem compromisso para informar o proprietário se o veículo atingirá o mínimo de 80 pontos na vistoria ou se necessitará realizar adequações para ficar
dentro dos padrões exigidos”, reforça Boos.

Após a aprovação, o proprietário leva o seu xodó ao centro de registro de veículos do Detran do seu Estado para efetivar a mudança de categoria, pagando as respectivas taxas e colocando a placa preta. Todo esse processo costuma ser rápido, levando em média 48 horas.

Depois de obtida, a placa preta tem validade de 5 anos, a contar da data de expedição. Após esse período, o veículo deverá passar por uma nova vistoria com a finalidade de constatar se ainda está dentro do mínimo de 80 pontos de originalidade. Ao contrário do que alguns supõem, o carro com placa preta pode rodar normalmente em qualquer dia da semana e paga pedágio como todos os demais.

Já o IPVA pode variar de Estado para Estado, mas no Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, por exemplo, todos os carros com mais de 20 anos estão isentos do imposto, abrangendo automaticamente, dessa forma, os veículos com placa preta, que têm 30 anos ou mais.

Em Santa Catarina, apenas automóveis com mais de 30 anos não pagam IPVA e, em Minas Gerais, têm isenção total apenas os veículos com placa preta ou com valor histórico comprovado.

O sonho da Placa Preta já é realidade para 24 modelos, entre carros e motos
CORSA WIND: Modelo, com potência mais modesta, foi lançado pela Chevrolet em duas opções de motorizações: 1.0 de 50 cv e 1.4 de 60 cv. Foto: Divulgação

Mais informações sobre o tema pelo e-mail [email protected] e WhatsApp (51) 99400-5980.