Pelo menos dois quilômetros de engarrafamentos diários, acidentes envolvendo carretas, ciclistas, pedestres e carros pequenos. Isso é o que observa quem trafega, com frequência, pelo Anel Viário de contorno de Fortaleza. Essa situação, no entanto, tem prazo para ser revertida.
É que as obras de duplicação da rodovia já foram iniciadas e devem ser concluídas em 720 dias. Considerada a maior obra rodoviária dos últimos 25 anos, no Estado, a duplicação traz uma novidade porque será a primeira pista construída em concreto do Ceará. De acordo com o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no Ceará (Dnit-CE), Guedes Neto, “a capacidade de tráfego da via já estava totalmente superada ocasionando atraso no tráfego de nossas mercadorias bem como gerando uma série de acidentes, inclusive com vítimas fatais, apresentando insegurança e desconforto aos usuários da região”. E acrescentou: “além de todos esses problemas observamos agora uma crescente demanda nesta região por edificações residenciais”.
Ao percorrer o Anel Viário, é possível perceber que grande parte da terraplenagem já foi iniciada. Quem segue no sentido Fortaleza/Maracanaú, observa, do lado esquerdo, a intervenção dos tratores e a limpeza da área, inclusive com derrubada de algumas árvores.
Hoje, a pista possui apenas 11 metros de largura. Ao fim das obras, sua medida horizontal será, na verdade, triplicada. Serão 16,5m de um lado e 16,5m do outro, totalizando 33 metros. Essa extensão inclui canteiro central, ciclovias laterais, retornos, acostamentos e nova sinalização.
Projeto
A assinatura do contrato, da ordem de R$ 188.929.842,89, e a apresentação do projeto já haviam sido realizadas em março deste ano. O consórcio Queiroz Galvão/EIT, vencedor da concorrência, está agora dando início ao isolamento das áreas onde serão construídos os viadutos de retorno. Algumas desapropriações serão realizadas nestes locais. O Anel Viário passa pela BR-116, CE-060, CE-065, entroncamento da BR-020/222 e termina na Lagoa do Tabapuá. Ao todo, são 32 quilômetros de via.
Reflexos positivos
Para o empresário Marcos Rocha, que possui empreendimentos no local, a obra é de extrema importância para o crescimento econômico do Estado “porque por essa rodovia entra e sai todo o fluxo da nossa produção industrial e agrícola”.
De acordo com o superintendente do Dnit, José Guedes, a obra também trará impactos positivos ao turismo “visto que o anel viário interliga as praias do litoral leste ao oeste”.
Para o caminhoneiro João Sebastião de Oliveira, já passava da hora de realizar essa duplicação. “Pagamos tantos tributos, tem imposto de frete, tem imposto de carro e, há mais de dez anos, não vemos nenhuma mudança; sofremos diariamente com o tráfego aqui. Temos que esperar até as 20 horas para poder sair sem engarrafamento, o que equivale a um risco”.