PRFs PRESOS: Depois da prisão do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, agora, a Corregedoria da PRF deflagrou a "Operação Spoliare", no estado do Paraná, e prendeu, nesta sexta-feira (11), quatro inspetores, sendo dois em flagrante, além de ter afastado outros sete policiais. Todos eles envolvidos em crimes de descaminho, entre outros delitos. Foto: Divulgação/PF

Ação deflagrada nesta sexta-feira (11), abrangeu diversos municípios paranaenses e a capital paulista; além da prisão dos quatro inspetores (2 em flagrante), outros 7 foram afastados da função. Investigação revela que servidores revendiam mercadorias apreendidas pela própria corporação

Depois da prisão do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, agora, a Corregedoria da PRF deflagrou a “Operação Spoliare”, no estado do Paraná, e prendeu, nesta sexta-feira (11), quatro inspetores, sendo dois em flagrante, além de ter afastado outros sete policiais. Todos eles envolvidos em crimes de descaminho, entre outros delitos.

Segundo a Corregedoria, o objetivo da operação foi o de desarticular esquema envolvendo servidores públicos suspeitos de estarem, sistematicamente, desviando mercadorias apreendidas e dando destinação diversa da determinada em lei. O intuito é de obterem vantagens financeiras ilícitas, além de facilitarem ações de particulares envolvidos com contrabando e descaminho.

A investigação teve início com a Corregedoria PRF e evoluiu para a instauração de um procedimento na Polícia Federal e contou com o apoio do Ministério Público. Nesta fase ostensiva das investigações, mais de 150 policiais federais e 56 policiais da Corregedoria da PRF cumpriram 32 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão cautelar, 11 mandados de afastamento da função pública e dois mandados de sequestro de bens.

De acordo com a Polícia Federal (PF), foram apreendidos, nessa quinta-feira (10), estoques de produtos eletrônicos suspeitos de terem sido desviados por policiais rodoviários federais no Paraná.

Segundo a Corporação, a “Operação Spoliare” cumpriu 54 mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Federal de Foz do Iguaçu (PR). Até agora, veja o balanço parcial da Operação:

Balanço parcial:

Prisões

– 1 preso em flagrante pelo crime de descaminho e um por porte de granadas e munições de fuzil;

– 1 preso em flagrante pelo crime de porte de granadas e munições de fuzil;

– 6 mandados de prisão cumpridos;

– 1 foragida.

Apreensões

– R$ 434 mil;

– 84 celulares;

– 3 veículos;

– 2 laptops;

– 1 HD;

– 15 MacBooks;

– 2 iPads;

– 1 mala com amostras de medicamentos.

MERCADORIAS: Policiais da Operação Spoliare encontraram R$ 434 mil (em espécie), aparelhos eletrônicos, entre outros itens. Foto: Divulgação/PF

Mandados

– 11 mandados de afastamento da função pública cumpridos;

– 54 mandados de buscas nas cidades de Foz do Iguaçu (PR), Santa Terezinha de Itaipu (PR), São Miguel do Iguaçu (PR), Medianeira (PR), Céu Azul (PR), Cascavel (PR), Toledo (PR), Curitiba (PR) e São Paulo (SP).

A operação também prendeu quatro policiais rodoviários federais – dois em flagrante. De acordo com a PRF, os agentes revendiam na internet mercadorias apreendidas em operações de rotina da corporação.

Em nota, a PRF informou que “repudia toda ação que atente contras seus valores institucionais” e que não tolera qualquer desvio de conduta.

Rota do contrabando

As cidades paranaenses onde foram cumpridos mandados na operação são cortadas pela BR-277, principal rota usada por contrabandista para levar mercadorias do Paraguai a outras regiões do Brasil.

No posto da PRF em Santa Terezinha de Itaipu (PR), policiais apreenderam documentos e um carro com suspeita de ter sido comprado com dinheiro do esquema.

Os dois agentes presos em flagrante foram autuados por porte de granadas e munições de fuzil; um deles também foi autuado pelo crime de descaminho. Uma pessoa alvo de mandado de prisão é considerada foragida. Também foram cumpridos 11 mandados de afastamento da função pública.

VENDA NA INTERNET: Segundo a PF, as investigações apontaram que os envolvidos vendiam produtos em plataformas de comércio eletrônico ou contavam com a ajuda de outras pessoas para comercializar os materiais, normalmente enviados para o estado de São Paulo. Foto: Divulgação/PF

As ordens judiciais foram cumpridas nos seguintes municípios:

  1. Santa Terezinha de Itaipu (PR);
  2. São Miguel do Iguaçu (PR);
  3. Medianeira (PR);
  4. Céu Azul (PR);
  5. Cascavel (PR);
  6. Toledo (PR);
  7. Telêmaco Borba (PR);
  8. Curitiba (PR);
  9. São Paulo (SP).

De acordo com a polícia, as investigações começaram na Corregedoria da PRF e apontaram que os envolvidos vendiam produtos em plataformas de comércio eletrônico ou contavam com a ajuda de outras pessoas para comercializar os materiais, normalmente enviados para o estado de São Paulo.

Se condenados, os suspeitos devem responder por crimes contra administração pública. As penas máximas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

DINHEIRO ILÍCITO: Operação encontrou também três veículos – comprados com o dinheiro ilícito. Foto: Divulgação/PF

Envolvidos

Dos sete mandados de prisão cautelares expedidos, quatro foram contra policiais rodoviários federais – um deles já aposentado, e três para particulares. Outros sete policiais rodoviários federais investigados serão afastados de suas funções e responderão a processo administrativo disciplinar, dentro da própria PRF, que pode resultar na pena de demissão.

Também foi possível coletar elementos probatórios de que os envolvidos realizavam vendas dos produtos em plataformas de comércio eletrônicos, ou contavam com auxílio de particulares para dar destinação ao material, normalmente enviado para o Estado de São Paulo.

Os servidores públicos envolvidos responderão por delitos funcionais previstos como crimes contra Administração Pública e, se condenados, estarão sujeitos a penas máximas que somadas ultrapassam 30 anos de prisão. Já os particulares, que em diversas situações agiram em conluio com aqueles, também responderão criminalmente por suas condutas.

O nome da operação policial é uma palavra de origem latina que significa “esbulhar da posse; privar de alguma coisa ilegitimamente, tirando-a por fraude ou violência; esbulhar da posse de alguma coisa; roubar.” fazendo alusão às condutas ilícitas praticadas pelos suspeitos.

Com informações da Ascom da PF