Quem circula pelas rodovias privatizadas de São Paulo e do Rio de Janeiro é obrigado a colocar a mão no bolso. Os dois estados têm os pedágios mais caros do país. As praças de cobrança cariocas e paulistas custam, em média, mais de 40% se comparadas as existentes em outras rodovias sob concessão Brasil afora.
Se for levada em conta somente as estradas federais administradas por empresas privadas, os pedágios de São Paulo e do Rio são, em média, 112,72% mais caros.
Um estudo realizado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado ontem mostra que o valor médio desembolsado para viajar pelas rodovias estaduais do Rio é de R$ 12,93 para cada 100 quilômetros rodados. Em São Paulo o valor é um pouco menor: R$ 12,76. A média cobrada no país é de R$ 9,04 e R$ 5,11 nas estradas federais. No mundo, esse valor é de R$ 8,80.
O ranking segue com o Espírito Santo (R$ 12,44), Rio Grande do Sul (R$ 9,93), Paraná (R$ 8,68), Bahia (R$ 7,24) e Minas Gerais (R$ 6,46).
A maior variação de preço foi registrada no trecho na Via Dutra, no Rio. Em 1996 a tarifa era de R$ 2,38, e, em janeiro de 2011, de R$ 9,70 (308% a mais). O segundo trecho com a maior variação também fica na BR-116, mas em São Paulo. Nele, o valor subiu de R$ 2,39 em 1995 para R$ 9,20 em 2011.
Para o Ipea, o modelo de concessão usado por Rio e São Paulo prejudica o usuário. Ao cobrar uma outorga (um valor para ceder à rodovia às empresas), esses estados, os únicos a adotar tal regra, diminuem a concorrência e, consequentemente, o valor da tarifa é maior.
Entre 2003 e 2011, o investimento por quilômetro nas rodovias estaduais e federais concedidas passou de R$ 160 mil para R$ 254 mil (59% a mais). No mesmo período, o investimento nas estradas públicas federais passou de R$ 25 mil para R$ 177 mil por quilômetro, alta de 608%.
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