Nem mesmo a maior fiscalização da Polícia Rodoviária Federal foi suficiente para reduzir o número de mortes nas estradas mineiras durante o feriado prolongado de carnaval. Foram aplicadas 12.631 multas, um aumento de 158% em relação às autuações feitas no ano passado. No entanto, 24 pessoas morreram e 311 ficaram feridas nas BRs do estado entre a última sexta-feira e a Quarta Feira de Cinzas.

Segundo o inspetor Aristides Júnior, cerca de 6.200 multas foram aplicadas por excesso de velocidade. A infração pode ser classificada como média, grave ou gravíssima, de acordo com o tipo de irregularidade. Tabela publicada no site do Detran-MG revela que quem dirigir com velocidade acima de 20% do valor permitido está sujeito a uma multa de R$ 574,61, além de ter registrado 7 pontos na carteira. Os aparelhos fotografam as placas de todos os veículos que excedem a velocidade, o que facilita a comprovação.

Outro tipo de irregularidade comum no feriado foi a ultrapassagem pelo acostamento. Somente na BR-381, cerca de 550 motoristas foram multados por trafegarem pela pista marginal. “A BR-381 tem obras no trecho de Santa Luzia (Grande BH) e alguns condutores impacientes insistem em furar a fila”, afirma Júnior. Parte dos motoristas é atuada em flagrante, mas muitos infratores receberão a multa pelo correio.

Já Polícia Rodoviária Estadual registrou ao menos 84 acidentes, com 126 feridos e 16 mortes nas estradas administradas pelo estado. O número pode ser ainda maior, já que as informações dos postos regionais só devem ser contabilizadas nesta quinta-feira. O acidente mais grave ocorreu na rodovia MG-262, próximo ao trevo de Acaiaca, na Zona da Mata mineira, onde 13 ocupantes de um ônibus morreram na madrugada de sábado.

Violência crescente

Um fato que preocupa as autoridades é a gravidade dos acidentes. Apesar de o número de ocorrências ter registrado queda em relação ao ano passado, mais pessoas morreram e se feriram nas rodovias federais que cortam Minas. “Os acidentes estão se tornando mais violentos. É algo que a gente já vem dizendo a algum tempo”, enfatiza o inspetor.

A imprudência e o despreparo dos motoristas para dirigir nas estradas são apontados como as principais causas do cenário negativo.