Perto de atingir quase meio milhão de pessoas percorrendo todos os dias seus 14 quilômetros em carros, ônibus e caminhões, a Ponte Rio-Niterói, que completa 36 anos este ano, teve 693 acidentes de trânsito nos primeiros seis meses de 2010, o que dá uma média de quatro casos por dia. É o dobro da média registrada em todo o ano passado, quando foi contabilizado um total de 874 acidentes.

Os números divulgados pela Polícia Rodoviária Federal reforçam a iniciativa dos ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), que determinaram à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) um estudo, cujo prazo termina em 1º de dezembro, para que a concessionária da Ponte instale radares fixos de controle de velocidade na via.

A decisão atende a um pedido do procurador Ricardo Santos Portugal, do Ministério Público Federal da 2ª Região (Rio e Espírito Santo). Ele encaminhou ao TCU um estudo mostrando a necessidade urgente da instalação de radares na Ponte. Para Ricardo Portugal, a medida impediria motoristas de continuarem dirigindo muito acima da velocidade permitida (80km/h) e evitaria acidentes. A Ponte Rio-Niterói é uma concessão federal e o TCU é um dos órgãos que fiscalizam a arrecadação do pedágio na via.

O procurador também diz que é preciso fiscalizar outros dois problemas. Primeiro, os ônibus que trafegam fora da pista lateral direita (única em que estão autorizados a circular). Depois, os caminhões que entram na via em horário proibido, já que veículos com mais de três eixos só podem usar a Ponte das 22h às 5h. Essa regra, criada para desafogar o trânsito, não é respeitada.

Para o procurador, é necessário ainda um plano estratégico para diminuir o tráfego na Ponte. Entre as soluções apontadas por ele, depois de ouvir engenheiros e técnicos, está a implementação de linhas marítimas para transporte de massa entre as cidades do Rio e de São Gonçalo.

– A Ponte Rio-Niterói já se apresenta insuficiente para desafogar a demanda do tráfego entre as cidades do Rio e de Niterói – afirmou o procurador.