A Polícia Rodoviária Federal, em conjunto com as Justiças Estaduais e os Ministérios Públicos dos Estados, realizou nesta terça-feira (14) a Operação Pesadelo.

De 17 a 22h, aproximadamente 350 PRFs cumpriram 89 mandados de busca e apreensão em 21 unidades da Federação e apreenderam 32 mil comprimidos de estimulantes. A ação de combate à venda de anfetaminas e tráfico de drogas nas rodovias federais atinge, em cheio, um número crescente de motoristas profissionais que consomem vários tipos de substâncias ilícitas para suportarem até 60 horas seguidas ao volante.

Nas cinco horas de ação, a Polícia Rodoviária Federal prendeu 56 pessoas em flagrante por comercialização ilegal de medicamentos controlados. Nos locais em que cumpriram os mandados de busca e apreensão, os PRFs apreenderam 350 pedras de crack, cocaína, maconha, 16 armas de fogo e munições.

A Operação Pesadelo é resultado de dois meses de investigações. Durante o período, agentes da PRF à paisana circularam por postos de combustíveis, bares, restaurantes e prostíbulos, identificando locais de comércio de estimulantes (rebites) ou tráfico de drogas. Quase sempre, a comercialização e ingestão de substâncias ilícitas esteve associada a pontos de prostituição, consumo de álcool ou grande circulação de caminhoneiros.

Nos 21 Estados, os PRFs observaram um fato relevante durante as investigações: o tabelamento informal das cartelas de anfetaminas.Em todas as regiões do país, a embalagem com 12 comprimidos custava entre R$ 22 e R$ 27, e podia ser comprada ssem maiores dificuldades. Em alguns casos, o comerciante ainda fracionava a venda, e o comprimido estimulante, de uso controlado e condicionado à prescrição médica, era adquirido por apenas R$ 2 a unidade.
Falsa sensação – A droga mais comum utilizada pelos motoristas, geralmente caminhoneiros, são os medicamentos compostos por anfetamina, popularmente conhecidos por rebite ou arrebite. Esta substância, presente principalmente nos moderadores de apetite, é um estimulante do sistema nervoso central e faz com que a atividade cerebral seja acelerada, causando nas pessoas a impressão de diminuição da fadiga, já que conseguem executar suas atividades por mais tempo, com menos sono, com perda de apetite e aumento da capacidade física e mental.

Essa mistura de falsas sensações faz com que os consumidores da droga percam parcialmente os reflexos. Assim, o motorista diminui sua capacidade de percepção e análise do perigo, aumentando as chances de provocar graves acidentes.

“O caminhoneiro que dirige sob efeito de rebite não percebe os sintomas do cansaço. Conduz por até 60 horas consecutivas um veículo que pesa 70 toneladas, a velocidades médias de 90 km/h. Se ele dorme repentinamente, tem um infarto ou algum distúrbio de visão, não é preciso ser especialista para imaginar o desastre provocado por um míssil desgovernado”, explica o Chefe da Divisão de Saúde da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, inspetor Lejandre Monteiro.

Ocorrências provocadas pelo sono ao volante, envolvendo veículos de carga*
(janeiro a agosto de 2010)
Acidentes 1.302
Feridos 471
Mortos 50

Fonte: Central de Informações Operacionais – PRF

Ocorrências provocadas pelo sono ao volante, envolvendo veículos de carga*
(2006 – 2010)
Acidentes 7.798
Feridos 2.885
Mortos 317