BOAS EXPECTATIVAS: Dentre as montadoras de caminhões, a Volvo está fora dos maus resultados em relação ao crescimento para 2019. À medida que as concorrentes apontam evolução abaixo dos 20%, a montadora instalada no Paraná prevê alta nas vendas entre 20% e 30%. O ano poderá registrar volume acima de 90 mil unidades, podendo chegar a 98 mil caminhões negociados, diz, Alcides Cavalcanti, diretor-comercial da montadora. Para ele, o crescimento ainda se dá sobre uma base baixa. “No ano passado a fila chegava a ser de seis meses. Hoje, para a linha VM, a entrega é de 60 dias e, para a linha F, de 60 a 90 dias, dependendo da configuração.disse.” Foto: Aderlei de Souza

Enquanto a produção cresceu, a exportação caiu quase 60% no mesmo período deste ano

Uma boa notícia para o mercado de veículos pesados no Brasil. A produção de caminhões no país, em maio, somou 11,2 mil unidades e registrou alta de 51,3% sobre o mesmo mês do ano passado, quando ocorreu a greve dos caminhoneiros. No acumulado do ano, foram montadas 45,4 mil unidades, resultando em crescimento de 10,9%.

A produção interna de caminhões ainda cresce, a despeito de uma forte queda nas exportações, porque o mercado interno continua aquecido, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

“Até pouco tempo a retomada nas vendas se concentrava nos caminhões pesados, mas agora pode ser vista em semipesados e outros segmentos”, ressalta o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.

Os pesados ainda são maioria e suas vendas internas somaram de janeiro a maio quase 20 mil unidades, 70,9% a mais que em iguais meses do ano passado. Os semipesados somaram 8,3 mil licenciamentos no acumulado do ano, com alta de 38,7%.

Os caminhões médios registraram crescimento de 63,6% (acima da média de mercado), com 3,9 mil licenciamentos em cinco meses. Os semileves também superaram a média de crescimento, com 2,3 mil unidades vendidas e 54,3% de alta.

O único segmento com queda foi o de leves, com 4,6 mil unidades licenciadas, 3,2% a menos pela comparação interanual.

“A alta que agora abrange mais segmentos é um processo de continuidade do comportamento do setor em decorrência do crescimento do PIB”, afirma o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini. Sendo assim, os semileves podem virar o jogo no segundo semestre, em regra melhor que o primeiro.

Quando se olha isoladamente a produção de caminhões por segmento, o período registra quedas importantes para os caminhões médios (2 mil unidades montadas, -18,2%) e para semipesados (10,2 mil unidades, -8,8%).

Queda na exportação de caminhões

Nestes cinco meses o Brasil enviou ao exterior 4,9 mil caminhões, que resultaram numa forte queda de 58,3%. O motivo é a retração no mercado argentino. O maior impacto ocorreu nos semipesados, com 1,4 mil unidades embarcadas e queda de 67,9% ante iguais meses de 2018. Em volume, o mais representativo é o segmento de pesados, em que os 2,1 mil caminhões exportados anotaram recuo de mais de 50% ante iguais meses do ano passado.

Queda na produção de ônibus

De janeiro a maio as fabricantes instaladas no País produziram 11,7 mil chassis para ônibus, registrando pequena queda de 2,7%. A redução nas exportações acabou anulando a alta no mercado interno.

De janeiro a maio o Brasil exportou 3,2 mil ônibus, anotando queda de 16,4% ante iguais meses do ano passado. A maior retração ocorreu nos modelos urbanos, com 2,2 mil unidades enviadas ao exterior, 17,2% a menos pela comparação interanual.

O mercado interno continua com crescimento acentuado, até por causa de uma base de comparação muito baixa. Nestes primeiros cinco meses foram licenciados 8,1 mil ônibus no País, 73,8% a mais que em iguais meses do ano passado.

“Esse segmento costuma apresentar oscilações durante o ano e as renovações de frota vêm ocorrendo em todo o País, por isso mantemos nossa expectativa de alta para o ano”, afirma Bonini.

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