ARAÇATUBA – O promotor de Justiça Wagner Juarez Grossi, 42 anos, acusado de matar três pessoas de uma família durante um acidente de trânsito no domingo, deve responder por triplo homicídio culposo com agravante. Se condenado, ele pode pegar até 18 anos de prisão. O acidente aconteceu em Araçatuba, no interior de São Paulo.
A informação foi dada ontem pelo procurador Hermann Herschander, designado pela procuradoria-geral de Justiça para conduzir o inquérito que apura a responsabilidade de Grossi.
Segundo o procurador, sete testemunhas ouvidas confirmaram a versão de que o promotor estava alcoolizado quando entrou em alta velocidade na contramão da rodovia SP-463 (Elyeser Montenegro Magalhães) e bateu de frente na motocicleta dirigida pelo metalúrgico Alessandro da Silva Santos, 27 anos.
Além de Alessandro, morreram no local a namorada dele, Alessandra Alves, 26 anos, e o filho dela, Adrian Rian Alves, 7 anos.
O procurador Herschander disse que existem sérios indícios de que o promotor cometeu um homicídio triplamente culposo com o agravante de dirigir alcoolizado.
De acordo com o procurador, foram ouvidos duas testemunhas presenciais, um delegado e dois policiais rodoviários que estiveram no local no momento ou logo depois do acidente.
Também foi ouvido o pai de Alessandro, Alberto Lindomar dos Santos, e o médico-legista Maurílio Castro, que na noite do acidente comprovou clinicamente que o promotor estava embriagado.
Herschander disse que o inquérito deverá ser concluído antes do prazo final de 30 dias. Antes, ele deverá ouvir o promotor, que não pôde ser ouvido hoje em Araçatuba porque está de licença médica. O procurador precisa receber ainda o laudo pericial do local do acidente.
O procurador não soube responder se o promotor será afastado ou deixará de atuar no caso dos dois jovens que, durante um racha na cidade em julho, causaram ferimentos graves no filho de um juiz. – Isso caberá à procuradoria-geral e a corregedoria decidir – disse.
As principais testemunhas que depuseram hoje foram o vigilante Nestor Feliciano e o trabalhador rural Edílson Vieira dos Santos, que viram o acidente. Os dois foram incisivos ao afirmar que o promotor estava alcoolizado. Santos afrimou que não tem dúvidas disso. Ele estava bêbado e com uma latinha de cerveja na mão.