Moradores de Felixlândia fecharam na quinta-feira a BR-040, na ligação de Belo Horizonte com Brasília, durante quatro horas e meia, em protesto contra o excesso de buracos, que tornam as pistas praticamente intransitáveis em vários trechos e vêm provocando prejuízos ao município de 13,3 mil habitantes, a 195 quilômetros da capital, na Região Central do estado. Queixando-se de que o quadro afeta especialmente o setor turístico, eles interromperam o tráfego no km 358 das 9h às 13h30, provocando quilômetros de engarrafamentos nos dois sentidos.

Desde o fim de 2007 o trecho da BR-040 entre Felixlândia e as proximidades do entroncamento com a BR-135 (entrada para Curvelo), do Km 320 ao Km 423, não recebe manutenção, devido ao vencimento do contrato entre o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) e a empreiteira responsável pelo serviço. Na quinta-feira, o Dnit informou que o processo licitatório para a contratação de outra firma já foi concluído e que os trabalhos de conservação da estrada serão reiniciados ainda este mês.

Segundo os organizadores do movimento que na quinta-feira parou a rodovia, o ato contou com cerca de 500 participantes, envolvendo desde caminhoneiros até comerciantes e donos de hotéis e pousadas na região. Eles interromperam o trânsito com caminhões e carretas atravessados na pista e, durante o protesto, permitiram a passagem somente de ambulâncias e ônibus.

Os manifestantes exibiram faixas e cartazes, reclamando das péssimas condições da estrada. Os comerciantes de Felixlândia afirmam estar sofrendo muitos prejuízos com a ausência dos turistas, que antes viajavam nos fins de semana para descansar às margens do lago da Usina Hidrelétrica de Três Marias, distante oito quilômetros da cidade, e que desapareceram, afugentados pela total falta de manutenção da rodovia.

Desvios

Gerente de um posto de gasolina situado em frente ao local do protesto, Maruardi Pereira de Almeida disse que, para fugir das crateras na pista, pessoas que viajam de Belo Horizonte para Brasília estão evitando passar por Felixlândia. Para isso, enfrentam 130 quilômetros a mais na viagem. O desvio é feito pela BR-135, indo até Pirapora para depois, passando pela BR-365, alcançar novamente a 040 em Luislândia de Minas (Trevo Pirapatos). “Estamos perdendo muito com a queda das vendas”, afirma Maruardi.

Outro desvio freqüentemente adotado pelos motoristas, que significa um acréscimo de aproximadamente 70 quilômetros à viagem, é feito pegando a BR-135 no entroncamento com a 040, pouco depois de Paraopeba, em direção a Curvelo. Antes da entrada da cidade, novo desvio é feito pela MG-259, até retornar à 040 nas proximidades de Felixlândia. Essa opção, porém, não evita totalmente o trecho esburacado.