Uma colisão e um atropelamento, que envolveram quatro veículos na Rodovia Limeira/Cordeirópolis (SPV-17) causou a queda de um ônibus de trabalhadores rurais no riacho onde há uma ponte que liga os dois municípios, às 18h10 de ontem. O número estimado de vítimas chegava a 25, dos quais, 24 eram ocupantes do ônibus.

O coletivo envolvido era um Mercedes-Benz azul, que retornava a Limeira com um grupo de colhedores de laranja. Eles haviam trabalhado na Fazenda Nova Ipeúna, zona rural de Rio Claro.
O motorista teria tentado desviar dos veículos parados na rodovia, bem na descida que antecede o pedágio, quando precipitou-se no córrego. O impacto da parte frontal foi justamente em uma rocha.
Quando as primeiras equipes da Polícia Militar de Limeira e Codeirópolis chegaram ao local, depararam com um clima de terror. Várias pessoas tentavam sair pelas janelas, com múltiplos ferimentos.
Entre os feridos que estavam no ônibus, pelo menos quatro apresentavam maior gravidade. Um deles era o motorista, o último a ser resgatado após cerca de 40 minutos de trabalho do Corpo de Bombeiros.
O motorista, que apresentava fraturas e ferimentos na cabeça, ficou preso nas ferragens. Além da chuva que caía, os socorristas tiveram que driblar as dificuldades do terreno e precariedade na iluminação.
Segundo o sargento Garcia, da PM de Limeira, o atendimento ao acidente foi feito com suporte de veículos do Corpo de Bombeiros de Limeira e ambulâncias das prefeituras de Limeira e Cordeirópolis.

DESESPERO

Algumas vítimas, sangrando, tiveram que esperar a chegada de mais ambulâncias em pranchas dos bombeiros. Muitas pessoas choravam. Outros, em melhor estado, telefonavam para os familiares.
Lídia Maria da Silva, 25 anos, disse que tudo aconteceu muito rápido. “Quando a gente percebeu, o ônibus já estava lá embaixo”, disse, enquanto aguardava sua vez de ser encaminhada ao hospital.
O Corpo de Bombeiros mobilizou 17 homens para atendimento ao acidente. Oficiais que retornavam de solenidade em Limeira para suas cidades também pararam e prestaram apoio ao acidente.
O Corpo de Bombeiros utilizou duas viaturas de unidade de resgate (incluindo a nova, modelo Boxer da Peugeot, entregue ontem à corporação), um caminhão de incêndio e um outro de salvamento.
A grande mobilização de socorristas forçou a suspensão da cobrança de pedágio. O serviço só foi restabelecido horas mais tarde, quando o trânsito foi normalizado. O acesso ao local foi controlado.
As primeiras vítimas retiradas do interior do ônibus eram colocadas sob a ponte, enquanto aguardavam a remoção, em pranchas, para as ambulâncias que ficavam posicionadas na parte de cima.

SOCORRO

Até as 21h, a Polícia Militar de Cordeirópolis ainda contabilizava as vítimas, para o registro do caso na delegacia daquela cidade. Apenas duas delas tinham sido levadas ao pronto-socorro local.
Policiais que acompanhavam o caso e até mesmo a Guarda Municipal (responsáveis por controlar o trânsito e impedir a aproximação de curiosos) comentavam que o acidente poderia ter sido mais grave.
O trânsito na estrada vicinal foi normalizado sem que o ônibus tivesse sido retirado até as 21h, para que a Polícia Técnica realizasse levantamento. Guinchos da União Resgate já atendiam o caso.
Preliminarmente, observou-se que o ônibus Mercedes-Benz caiu no riacho antes mesmo de chegar na ponte, passando pela lateral esquerda até o leito do riacho – que apesar da chuva estava raso.
Testemunhas informaram que antes da queda do ônibus, um Gol teria batido em outro veículo Peugeot. O condutor de um Monza parou para ajudar, ocorrendo o atropelamento de uma das vítimas. O delegado Luís Roberto Villela, de Cordeirópolis, deve instaurar inquérito para apurar responsabilidades com relação ao ocorrido. Ele deve ouvir envolvidos e basear-se no trabalho da perícia.