Com o início da estiagem, a tendência natural dos animais é buscar água em locais onde não houve diminuição do fluxo dos mananciais e fugir das queimadas. Porém, o instinto de sobrevivência da fauna pode gerar riscos tanto para o meio ambiente, quanto para o ser humano.
“Durante a seca, os animais silvestres tendem a se locomover mais, em busca de água. Infelizmente, nessa busca, muitos animais são atropelados nas rodovias, ou podem invadir áreas urbanas”, afirma o biólogo Vinicius Andrade Lopes, gestor do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), localizado em Campo Grande e mantido pelo governo estadual, através da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (Semac) e do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).
Em relação às queimadas, Vinicius afirma que “Pelo menos até agora, neste ano, nenhum animal que recepcionamos foi vítima de queimadas”. Ele explica também que os animais que estão no CRAS não sofrem tanto quanto os que estão em seu habitat natural: “O CRAS está localizado no Parque Estadual do Prosa, onde há mata, córregos, um pequeno lago, e os animais são alimentados e hidratados diariamente, de forma a estarem sadios para retornarem à natureza, que é nosso principal objetivo”, diz.
No dia 28 do mês passado, guardas-parques e visitantes do Parque Estadual do Prosa presenciaram o nascimento de um veado-campeiro. Porém, por uma infelicidade do destino e um ato imprudente de um motorista não identificado, a mãe do animal foi atropelada dois dias depois, na Avenida do Poeta, no entorno do parque. O filhote está perdido na mata, e sem o apoio da mãe corre risco de morte, por ser recém-nascido.
Apesar de incursões na mata feitas por duas equipes de fiscais ambientais do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), o filhote não foi encontrado.
Educação
O governo estadual instalou nas vias do Parque dos Poderes várias placas de sinalização com mensagens aos condutores como “Dirija devagar”, “Quem voa são os pássaros”, “Cuidado, pedestres na via”, com o objetivo de conscientizar os condutores de veículos a redobrarem atenção nesses trechos. Apesar da iniciativa, é comum ver condutores trafegando em alta velocidade diariamente. Inclusive já existe o projeto de instalação de redutores de velocidade no entorno do parque.
“As pessoas precisam se conscientizar da necessidade de se respeitar a velocidade máxima permitida nessas vias (60 quilômetros por hora). Elas não são pistas de corrida. O Parque dos Poderes é uma área de amortecimento do Parque do Prosa. Quando se fala em conscientização ambiental, não se trata somente de reciclar o lixo, mas também de respeitar a fauna e a flora, nesse caso específico, trafegar em baixa velocidade e com atenção redobrada, pois os animais têm comportamento inesperado”, desabafa o gestor do Parque do Prosa, o biólogo Pedro Menezes. Segundo ele, somente este ano a equipe do parque recolheu 25 animais atropelados nas avenidas.
No Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado no dia 5 do mês passado, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, das Cidades, do planejamento, da Ciência e Tecnologia (Semac) e o Imasul realizaram blitze educativa no Parque dos Poderes, distribuindo folders a adesivos, alertando aos condutores à presença freqüente de animais nas pistas.
No caso de aparições de animais silvestres em áreas urbanas, as pessoas devem comunicar imediatamente a Polícia Militar Ambiental (PMA) pelo telefone 67 3314 6024 ou o Corpo de Bombeiros, pelo fone 193.
Visitas
Os interessados em conhecer o CRAS e o Parque Estadual do Prosa devem agendar as visitas pelo telefone (67) 3326 1370.