A idéia defendida por mais de 15 anos pelo ex-deputado federal do Estado de Rondônia e atual diretor de Planejamento e Pesquisa do Departamento Nacional de infra-estrutura de Transportes (DNIT), Miguel de Souza, foi tema do seminário internacional “Saída para o Pacífico e Áreas de Livre Comércio – Oportunidades de Integração e Desenvolvimento” ocorrido no último fim de semana em Rio Branco (AC) e Puerto Maldonado no Peru.
Durante a sua palestra, o diretor ressaltou as oportunidades que se abrirão para a economia do noroeste brasileiro.
De acordo com Miguel, são grandes os benefícios desta nova rota, como o intercâmbio comercial, a integração turística e cultural entre o Brasil e Peru e ainda o acesso aos portos do Pacifico, como o da Ásia, considerado a maior população do mundo.
Em sua palestra, o diretor falou ainda sobre a economia gerada para a região com a implantação da estrada interoceânica ”Saída para o Pacífico”. Segundo ele, o custo do transporte deve ser reduzido em até US$ 30, em média, por tonelada. Explicou também sobre o mecanismo de embarcação. “Somente os Estados da região noroeste (Cuiabá para cima) usarão esta rota. Os portos de Santos, em São Paulo e Paranaguá, no Paraná, continuarão atendendo a demanda de parte da região Centro-Oeste, Sul e Sudeste (Brasília para baixo). Dessa forma o frete ficará mais barato para a região Norte, gerando competitividade, economia e lucro para o todo o país”, afirmou.
Com um custo de US$ 810 milhões, acordo firmado entre o Brasil e o Peru, a estrada começou a ser construída há dois anos e deve levar pelo menos mais dois para ficar pronta, diminuindo em aproximadamente 6 mil quilômetros a distância comercial com a Ásia. Quando estiver concluída, terá mais de 2,5 mil quilômetros entre Iñapari, na fronteira com o Brasil, e três portos peruanos – San Juan, Matarani e Ilo. Além de proporcionar ao Brasil uma saída ao Pacífico, o objetivo é que ajude a incrementar o comércio entre as regiões de fronteira.
História
Idealizador deste projeto, Miguel de Souza, que liderou e registrou em livro editado pelo Sebrae em 1992 – a Caravana da Integração Brasil-Peru-Bolívia – reuniu 25 pessoas, entre empresários, políticos, técnicos e jornalistas, com o propósito de “demonstrar a importância, a viabilidade e a necessidade da ligação rodoviária entre Brasil, Peru e Bolívia, através dos Estados de Rondônia e Acre”, derrubou mitos e preconceitos que se interpunham à construção desta rodovia.