Mais de três mil trabalhadores rurais-sem terra ligados ao Movimento dos Sem Terra (MST) estão bloqueando neste momento sete pontos das rodovias alagoanas em protesto contra a prisão do sem-terra José Cícero Santino, ocorrida no último dia 16, onde ele e mais outros três líderes do movimento estão sendo acusados de crimes de tortura, lesão corporal, violação de domicílio, seqüestro e cárcere privado, dano material, crime de quadrilha ou bando, em concurso de pessoas e concurso material de crime.

Esta semana, Santino foi transferido da Delegacia de Atalaia para o Presídio Cyridião Durval e esta ação causou revolta entre trabalhadores rurais, uma vez que alegam que estão sendo perseguidos politicamente e judicialmente.

Dentre as rodovias bloqueadas estão as de União dos Palmares, Flexeiras, Atalaia, Porto Calvo, Maragogi, Arapiraca e outras. O movimento pretende, com os bloqueios, chamar a atenção das autoridades para as impunidades de assassinos de trabalhadores rurais e pressionar a liberação de Santino.

A prisão preventiva de Santino foi decretada pelo juiz da Comarca de Atalaia, Alfredo Mesquita. Além de Santino, tem a prisão decretada Tarciana Ribeiro Silva, José Cícero da Silva Melo (Cicinho Bolívia) e Cícero José Ferreira da Silva (Cicinho Branco).

A denúncia de tortura foi encaminhada no dia 8 de fevereiro deste ano pelo Ministério Público Estadual ao titular da Comarca de Atalaia. Segundo o Ministério Público, Santino e um grupo de sem-terra invadiram e danificaram a Fazenda São Sebastião, permanecendo por 40 dias, além de seqüestrarem o proprietário Pedro Batista e torturarem o fazendeiro no assentamento Nilton Santos.

Pedro Batista é acusado de ser um dos autores intelectuais no assassinato do dirigente do Movimento dos Sem Terra (MST) Jaelson Melquíades, ocorrido em 29 de novembro de 2005.

No momento da invasão à Fazenda São Sebastião, os cerca de 150 militantes do MST – indignados com a impunidade do caso – decidiram fazer justiça com as próprias mãos. Eles cercaram a propriedade rural, capturaram o fazendeiro e apreenderam armas tentando fazer com que a polícia prendesse o acusado. Pedro Batista responde ao processo em liberdade.