O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 41/2014, que amplia a jornada dos motoristas profissionais e praticamente revoga a Lei 12.619/2012, conhecida como Lei dos Caminhoneiros ou Lei do Descanso, deve ser votado hoje no Senado.

Representantes de caminhoneiros prometem manifestação no Plenário e estão em Brasília conversando com os Senadores para evitar a revogação da Lei do Descanso. Entretanto, a pressão dos representantes da Confederação Nacional da Agricultura e Confederação Nacional das Indústrias é muito forte.

Os parlamentares que representam a chamada Bancada da Morte, que lutam pela revogação da Lei do Descanso e colocam em risco a vida de milhares de brasileiros, contam com o apoio da CUT e alguns grupos de caminhoneiros autônomos, que estão comprometidos com o agronegócio e com a indústria automobilística. O mais atuante são os cegonheiros representados pelo presidente da entidade de Minas Gerais, Carlos Roesel. Considerado por muitos como representante do Senador Clésio Andrade, Presidente da Confederação Nacional dos Transportes. Segundo comentário corrente no meio dos caminhoneiros empregados, a CNT aparece como apoiando a Lei do Descanso mas trabalha, nos bastidores, pela sua revogação.

O Forum em Defesa da Lei do Descanso, reúne representantes de várias entidades, dentre eles a CNTTT- Condeferação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres , federações importantes como do Paraná e São Paulo, entidades de vítimas de trânsito, entidades de médicas, do judiciário, Ministério Público, fiscais do trabalho. Enquanto isso, o apoio a revogação da Lei está basicamente capitaneado pelos cegonheiros e por entidade de trabalhadores do transportes ligadas a CUT, que estranhamente apóia o projeto da Câmara que revoga artigos da CLT e aumenta a jornada dos motoristas empregados.

A falta de apoio a revogação da Lei é tão evidente que na Câmara dos Deputados funcionários de empresa terceirizada foram pagos, segundo o jornal Correio Braziliense, pelo Deputado Nelson Marquezelli da chmada Bancada da Morte, para fingirem serem caminhoneiros.  O parlamentar admitiu que pagou mas disse que era para um lanchinho.

No Senado a expectativa é de alguns discursos contundentes em defesa da Lei, principalmente do Senador Paulo Paim e Roberto Requião. Difícil será conseguir evitar o rolo compressor da CNA e CNI, através dos seus parlamentares de carteirinha, ávidos pelo apoio do poder econômico, mesmo que isso custe a vida de milhares de brasileiros.