Uma audiência pública que tem como foco principal a construção do Contorno Norte (Rodoanel), marcada para terça-feira, às 14h30, na Assembléia Legislativa, vai pôr também em pauta a proposta do novo Anel Rodoviário de Belo Horizonte, anunciada no ano passado. O projeto foi tema da reunião do prefeito Fernando Pimentel, em Brasília, na terça-feira, com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Ainda em fase de discussões em vários setores, entre eles o governo do estado e a iniciativa privada, o plano prevê novos usos para a via de 27 quilômetros.
No ano passado, o Anel passou por reforma geral, com investimento de R$ 57,5 milhões do governo federal e R$ 14,5 milhões da prefeitura. Foi recapeado em toda a sua extensão, incluindo as vias marginas; os pontos críticos da rede de drenagem foram reparados e os pedestres ganharam oito passarelas. Pimentel diz que pediu ao ministro atenção e o apoio ao novo projeto. “Agora, não se trata de uma simples recuperação de pavimento, mas de ampliação. O esboço feito pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) está pronto. Estamos trabalhando com o governo do estado para formarmos uma parceria e transformar o Anel Rodoviário numa avenida urbana, que a Fiemg chama, e nós concordamos, de Avenida Metropolitana”, afirma.
O prefeito calcula que o custo do projeto ficará entre R$ 350 milhões e R$ 400 milhões. “Os investimentos podem vir da União, se conseguirmos bom termo na negociação. Depois das obras, o Anel poderá ser assumido pelo município como uma via de trânsito local”, acrescenta. Segundo Pimentel, para pôr o plano em prática será necessário remover famílias que invadiram áreas de domínio do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit).
“Ninguém ali é proprietário. São invasões. É claro que essas famílias têm que ser indenizadas, mas a idéia é que se construam moradias ao longo da própria rodovia, mas que sejam adequadas a todas as pessoas.” O prefeito afirma que o ministro dos Transportes se interessou pela idéia e pediu que a prefeitura envie o projeto completo. Ele está confiante que ainda este ano BH, a Fiemg e o Ministério dos Transportes assinem o convênio.
O novo desenho do Anel tem sua estrutura baseada em três eixos temáticos e no alargamento das vias laterais, integrando a grande pista com os bairros do seu entorno. Segundo o presidente da Câmara da Indústria de Construção da Fiemg, Teodomiro Diniz Camargos, que conduziu o projeto, os eixos são a Via do Encontro, que vai da BR-040, saída para o Rio, à Avenida Amazonas, com estruturas para atividades de cultura e lazer; a Via Metropolitana, projetada para o trecho entre o cruzamento do Anel com a Amazonas e a Avenida Cristiano Machado, com o incremento de atividades públicas, como centro de especialidades médicas, posto de policiamento e do Corpo de Bombeiros, entre outros serviços, como o parque tecnológico da Universidade Federal de Minas Gerais; e a Via da Morada, que iria da Cristiano Machado até o início da BR-381, incentivando a construção de conjuntos habitacionais e espaço para cooperativas, galpões para projetos de economia solidária e atividades sociais variadas.