Software identificou velocidades de carreta que matou fotógrafo na BR-376/PR e do Porsche, em SP
TECNOLOGIA: Software identificou velocidades de carreta, que matou fotógrafo na BR-376/PR, e do Porsche, em SP. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Equipamento, conhecido por Niewtun, foi desenvolvido pelo perito Isaac Newton Lima da Silva

Por meio da tecnologia, foi possível estimar que o caminhoneiro dirigia a, no mínimo, 90 km/h, em um trecho de 80 km/h, antes de colidir com o Toyota Yaris e matar o fotógrafo Chuniti Kawamura na BR-376/PR. O mesmo software permitiu identificar a velocidade com que o Porsche, que matou o motorista de aplicativo em São Paulo, estava no momento da colisão: 132 km/h. Mas antes da colisão ele trafegava em velocidade ainda mais alta.

Excesso de velocidade, freios improvisados, tacógrafo irregular e excesso de jornada. O choque causado pelo caminhoneiro, que matou o fotógrafo no dia 1º de abril, no km 594 da BR-376, em Curitiba (PR), foi provocado por diversos fatores.

O sistema de freios estava comprometido, com uma improvisação, conforme comprovado pela PRF, que inclusive multou o condutor. Também foi identificada falha no tacógrafo, a “caixa-preta” do setor, e nenhuma comprovação do descanso obrigatório.

O limite de velocidade no trecho para caminhões era de 80 km/h. Utilizando o software Niewtun, desenvolvido pelo perito Isaac Newton Lima da Silva e com a experiência de Rodrigo Kleinübing, perito especialista em tragédias de trânsito, eles puderam analisar os dois casos.

Colisão e morte causada pelo caminhoneiro da LogSul Logística

Kleinübing explica com mais detalhes o caso do caminhoneiro: “Segundo a estimativa de velocidade por imagens de vídeo realizada com o emprego do software Niewtun®, apesar da elevada distância da câmera em relação à via de tráfego, o que dificulta o cálculo, por ocasião do evento o caminhão colidente trafegava a uma velocidade superior a 90 km/h, podendo chegar a 110 km/h, tendo efetuado uma manobra evasiva de giro do volante para a direita e de acionamento do sistema de freio, vindo a colidir a uma velocidade superior a 30 km/h. O fato de o caminhão ter prensado o automóvel contra outro caminhão que se encontrava imobilizado à sua frente resultou em um ‘duplo efeito de cunha’, devido à interação da dianteira do automóvel com a traseira do caminhão imobilizado e à interação da dianteira do caminhão desgovernado com a traseira do automóvel, multiplicando as avarias do automóvel. Além disso, deve-se considerar a elevada massa do caminhão colidente, o que aumentou significativamente a energia da colisão (cinética), bem como a quantidade de movimento no momento do impacto. Por outro lado, caso estivesse com o sistema de freio em bom estado de funcionamento, sem o isolamento de um dispositivo de frenagem, teria mais eficiência de frenagem e, consequentemente, teria colidido com uma velocidade menor, podendo ter evitado a fatalidade ocorrida neste evento.

Software identificou velocidades de carreta que matou fotógrafo na BR-376/PR e do Porsche, em SP
ALTA VELOCIDADE: Motorista do Porsche estava a mais de 130kmh onde o limite era de 50km/h. Foto: Divulgação/PCSP

Porsche estava a 132km/h apesar do radar estar desligado

O mesmo software foi utilizado pelos peritos para identificar a velocidade com que o Porsche, dirigido por Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, que bateu na traseira do Renault Sandero do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, na madrugada de domingo, 31 de março.

Na ocasião, em reportagem de Paula Gama, do UOL Carros, Kleinubing estimou a velocidade do Porsche no trecho cujo limite era de 50 km/h. Esse cálculo é bem conservador, ou seja, a velocidade real pode ser maior. 132 km/h é um nível de velocidade, fisicamente falando, altíssimo, em termos de energia, força e distância de parada“, opina o especialista.

Hoje, a imprensa revelou que o radar próximo ao local da colisão do Porsche não estava operando, o que reforça a importância da perícia e do uso de tecnologia como o software Niewtun. Kleinubing alerta que a tecnologia embarcada de carros como o Porsche,  permitem identificar a velocidade segundos antes da colisão. É o chamado EDR (Event Data Recorder) ou Gravador de Dados de Eventos.

Para o coordenador do SOS Estradas, Rodolfo Rizzotto, é preciso que os motoristas irresponsáveis compreendam que as versões poderão ser facilmente desmentidas com imagens e tecnologias. “Seja na estrada ou em área urbana, atualmente existem milhares de câmeras que podem ser utilizadas, como nos dois casos, para comprovar o que de fato ocorreu. Portanto, os potenciais assassinos podem tentar enganar no depoimento, mas as imagens comprovarão sua má-fé.”

5 COMENTÁRIOS

  1. Só acho q criticou muito a caminhoneiro e também quis passar a mão na cabeça do motorista do porche

  2. Eu fiz um calculo baseado em centesimos de segundos dos dois videos disponiveis – meus resultados sao no minimo, o dobro de 130km/h apenas.

  3. Que matéria porcaria e tendenciosa e com peristos meia boca. Caminhoneiro pobre sem recursos para processar o jornaleco, velocidade: de 90 a 110. Playboy rico cheio de advogados com uma mãe que passa a mão na cabeça, velocidade: “esse calculo é conservador, podendo o veículo estar a mais de 132 km/h”

    • O caminhoneiro tem outro processo para se preocupar: criminal. Junto com ele a empresa. Afinal, fez uma gambiarra nos freios, foi multado pela PRF por isso. Estava em excesso de jornada e com tacógrafo irregular. Imagens obtidas pelos peritos indicam que ele vinha aproximadamente a 110km/h em trecho de 80km/h e começou a frear reduzindo inicialmente para 90km/h. A velocidade foi sendo reduzida e matou um senhor de 74 anos, por quem você não demonstra a menor preocupação no seu comentário. O que já revela muito sobre você. Já o rapaz do Porsche, um assassino na nossa concepção, colidiu a 132km/h, num trecho de 50km/h. Mas a velocidade anterior é difícil calcular, porque as imagens obtidas indicam que passou num determinado ponto a cerca de 160km/h. Mas pode ter dirigido em velocidade ainda superior. Sua mãe também deve ser responsabilizada por retirar o criminoso do local. A Polícia também deve explicações. Nós somos ligados a entidade de vítimas, portanto, estamos realmente preocupados com os que morreram e evitar que novas mortes ocorram. Quanto aos peritos, estão entre os melhores do Brasil e colaboram gratuitamente com a causa das vítimas de trânsito. Portanto, ao qualificá-los de “peritos meia-boca”, fica claro que você não só não entende nada do assunto como é nitidamente mal intencionado. Você quer defender o indefensável. Não siga nosso portal porque não precisamos de pessoas do seu perfil.

Comentários encerrados