DOURADOS – Mesmo após a implantação dos tachões, a travessia na BR 163 continua perigosa. De acordo com moradores do bairro Campina Verde, os acidentes preocupam a comunidade, que ainda espera pelos quebra-molas no local.
Alunos, carroceiros, ciclistas e motociclistas passam pela rodovia diariamente e dividem espaço com as carretas. No bairro, não existe posto de Saúde, o que leva muitos a se deslocarem pela manhã a outros bairros.
Funcionários e alunos também se arriscam. “Ninguém sabe de fato se o veículo vai parar ou não. Muitas vezes atravessamos na sorte”, conta a moradora Cassimira Dias Antunes. A dona-de-casa, afirma que todos os dias leva os cinco netos para a escola. “É muito perigoso. Geralmente os pais largam tudo o que estão fazendo para pelo menos atravessar com os filhos. Na volta é a mesma coisa”, disse, observando que a escola está a menos de dois quilômetros de onde ela reside, e que em virtude disso, os ônibus escolares não passam para levar os alunos. “Se as crianças estivessem dentro dos coletivos, a travessia seria menos arriscada. Mas por enquanto o jeito é ir a pé mesmo”, diz.
Segundo o comerciante Luiz Carlos Silva, os condutores não respeitam a sinalização e passam em alta velocidade. “Os tachões diminuíram em 60% os transtornos, porém os moradores são obrigados a atravessar a BR na dúvida se os carros vão diminuir a velocidade ou não. Os acidentes ainda são constantes”, comenta.
A dona-de-casa Joana Calvalcante, opina que a responsabilidade deve partir de todos. “Ciclista, assim como o motociclista e os condutores que utilizam a BR 163, devem respeitar a sinalização. È por isso que acontecem os acidentes”, comenta.
O morador José Bueno, relembra casos como o de uma gestante atropelada no ano passado e de tantos outros que chocaram a população. “Perdi muitos amigos e companheiros de trabalho nesta rodovia. Fizemos protestos, reivindicamos na Prefeitura, Agesul e Câmara. Nós pedimos quebra-molas e não tachões”, reclama.
Bueno prevê um risco maior para a população, com a implantação do Hospital do Câncer. “O fluxo de pessoas pode aumentar muito aqui no bairro. Nós vamos cobrar a implantação de um trevo no local para amenizar o problema”, avisa.
“O perigo é grande. Em alta velocidade, os pneus acabam estourando ao passar pelos tachões. Nisso, os condutores podem perder o controle do veículo, capotar ou ainda atingir pedestres, como eu já vi acontecendo muitas vezes. Tenho um amigo que foi atropelado e perdeu a perna”, relembra. Segundo ele, a ousadia dos condutores é grande. “Eles ultrapassam até na faixa contínua”, revela.
Bueno disse que pretende se reunir com vereadores do município nos próximos dias, para informar sobre o problema. Ele acredita que com a duplicação da rodovia, outras medidas sejam tomadas em relação a segurança no local.