Milhões de brasileiros que viajam de ônibus pelas nossas estradas sabem que podem estar na mira de quadrilhas de assaltantes. No Paraná, a Polícia Rodoviária Federal está recorrendo a detectores de metais.

A reportagem de abertura desta edição do Jornal Nacional interessa diretamente a milhões de brasileiros que viajam de ônibus pelas nossas estradas. É uma idéia posta em prática no Paraná para tentar diminuir os assaltos aos viajantes. A reportagem é de Wilson Kirsche.

Na partida, medo e oração, pedido de proteção para uma viagem cansativa e perigosa. Eles sabem que podem estar na mira de quadrilhas que agem nas estradas da região.

A guia Dalva da Silva conta que foi assaltada duas vezes. “Levaram celular, dinheiro, deram tiro no pneu, jogaram a chave no mato”.

Tensão também entre passageiros e motoristas. “A gente viaja direto e sempre tem preocupação sim”, afirma um homem.

Só no ano passado, foram 38 assaltos a ônibus nas estradas do Paraná. Em muitos casos, assaltantes estavam misturados aos passageiros. Contra o disfarce, a Polícia Rodoviária está usando a tecnologia.

Portas com detectores de metal foram instaladas nas rodovias mais movimentadas do estado. Parece saguão de aeroporto. Os passageiros descem e passam pelo equipamento junto com a bagagem.

Enquanto malas e suspeitos são revistados, um cachorro fareja os bagageiros em busca de drogas. Dentro do ônibus vazio, o policial completa o serviço. “Verificamos se alguém que desceu dispensou alguma arma ou droga, alguma ilícita”, explica o cabo Claudecir Soares, da Polícia Rodoviária Federal.

Semana passada, perto de Londrina, um fuzil foi encontrado com um passageiro, que acabou preso. São cinco portas no estado e fiscalização itinerante.

A revista completa dura alguns minutos, mas ninguém reclama do atraso na viagem. “Pra gente que viaja direto e corre risco de assalto, achei muito bom”, afirma um passageiro.