Dono não atendeu ao recall dos ‘airbags mortais’. Honda já tinha afirmado, na última quinta (13), que registrou 28 ocorrências no país, com feridos em 11 casos
A Toyota afirmou nesta segunda-feira (17) ao G1 que registrou um caso de rompimento de insuflador de airbag da Takata no Brasil. Segundo a fabricante, ninguém se feriu na ocasião.
A ocorrência foi em março do ano passado, com um Corolla 2002, cujo airbag do passageiro se rompeu após uma colisão. O acidente foi na Região Norte, mas a marca não especificou o estado ou a cidade.
No exterior, o problema é ligado a pelo menos 22 mortes e provocou o maior recall da história, conhecido como “airbags mortais”, envolvendo veículos de diversas marcas que receberam o equipamento da Takata.
Só no Brasil, mais de 2 milhões de veículos de 15 marcas foram chamados para recall, a maioria da Honda e da Toyota.
Procurado pelo G1, o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça afirmou que não havia sido notificado por Toyota e Honda sobre os acidentes.
O órgão também disse que irá notificar as fabricantes “a prestar esclarecimentos acerca da conduta”, e que as marcas são obrigadas a informar quando há incidentes do tipo.
Recall não foi feito
A Toyota ainda afirma que o veículo cujo airbag se rompeu tinha sido convocado para recall, mas o proprietário (que não era o primeiro dono) não atendeu ao chamado.
A fabricante disse que, além de veicular o recall nos meios de comunicação, enviou uma carta para o primeiro dono do veículo, avisando sobre o defeito, sem saber que o carro já tinha sido vendido.
Segundo a empresa, como o dono atual não havia feito nenhuma manutenção em concessionárias da marca, a Toyota não tinha os dados dele.
‘Airbags mortais’
O caso dos airbags da Takata foi descoberto em 2013, e tem como principal causa um problema na peça conhecida como insuflador.
O insuflador é uma espécie de caixa metálica que abriga o gás que faz a bolsa de ar inflar. O defeito nessa peça causa uma abertura forte demais quando o airbag é acionado.
Além disso, a falha gera trincas no insuflador e, com a explosão do airbag, ele se estilhaça, atirando pedaços de metal contra os ocupantes, causando ferimentos que podem ser fatais e já foram comparados a facadas.
Ações da marca
Além da comunicação obrigatória de recall em veículos de comunicação e no Ministério da Justiça, a Toyota afirma que tem buscado outras formas de avisar seus clientes sobre veículos com chamadas.
Entre as ações, estão o envio de cartas e contato telefônico de analistas para agendar o serviço.
Uma iniciativa inusitada é enviar representantes da marca para postos de gasolina de cidades onde há o maior número de veículos com recall pendente.
Lá, essas pessoas consultam as placas dos veículos individualmente. Caso haja algum serviço por fazer, o funcionário contata diretamente o proprietário.
Fonte: www.g1.globo.com/carros