
No Estado de São Paulo morreram por Covid-19, até o dia 02 de agosto, 23.317 pessoas, aproximadamente 25% do total do país. O Estradas.com.br comparou a faixa etária dos mortos pela doença com a de vítimas de trânsito e seus familiares que fizeram jus a 353. 232 indenizações pagas por morte, invalidez permanente e/ou despesas médicas pelo DPVAT. A conclusão é que o trânsito é no mínimo dez vezes mais mortal para os jovens que a Covid-19.
Os maiores de 70 anos representam 52% do total das mortes da Covid-19 , enquanto vítimas de acidentes de trânsito, acima de 65 anos ,representam apenas 4,84%. O inverso ocorre quando analisamos os mais jovens. Vejamos alguns dados:
Violência no trânsito x Pandemia da Covid-19
A Seguradora Líder, responsável pelo seguro, pagou 353.232 indenizações em 2019, sendo 40.721 por morte. Na tabela abaixo é possível perceber que 68,15% das indenizações pagas pelo DPVAT são para pessoas entre 18 e 44 anos. Já os com 65 anos ou mais representam 4,84%.
Perfil da mortalidade da COVID-19 em São Paulo
Considerando que o Estado de São Paulo representa 25% do total de vítimas fatais da Covid-19 no país, os óbitos estão concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 75% das mortes. Sendo que entre 20 e 49 anos, são 10,8%, contra os quase 70% de vítimas nos acidentes de trânsito em faixa etária semelhante (18-44).
O impacto da violência no trânsito entre jovens é muito alto, entretanto, na Covid-19 o total de vítimas fatais de 0 até 39 anos é de 988 casos. Portanto, 4,2% do total de óbitos da doença no estado de São Paulo, indício de que pode ser esta a média nacional. No trânsito, esse índice é de 50% considerando as indenizações pagas para 177.595 vítimas entre 0 e 34 anos.
O que demonstra que os acidentes de trânsito correspondem a mais de 11 vezes as vítimas jovens em relação as vítimas da Covid-19, o que afeta inclusive a capacidade produtiva do país. Sem querer entrar na questão da expectativa de vida, constatamos que os mortos por Covid-19 em São Paulo maiores de 70 anos representam 52% do total das mortes , enquanto as indenizações pagas pelo DPVAT para vítimas de acidentes de trânsito, acima de 65 anos, representam 4,84%.
Esses dados nos permitem estimar que o trânsito mata mais de 10 vezes os jovens, enquanto a Covid-19 mata mais de 10 vezes os idosos.
Mortalidade da Covid-19 por faixa etária
Na tabela abaixo é possível ver a mortalidade por faixa etária e percentual correspondente em relação ao total das mortes por Covid-19 no estado de São Paulo. Embora possa haver diferença a nível nacional, como São Paulo corresponde praticamente a 25% dos mortos pela pandemia no Brasil, é possível estimar que essa seja a realidade do país.
Fatalidade Covid-19 no Estado de São Paulo | ||
IDADE(Anos) | MORTOS | Percentual |
0 até 9 | 31 | 0,13% |
10 até 19 | 41 | 0,17% |
20 até 29 | 190 | 0,81% |
30 até 39 | 726 | 3,11% |
40 até 49 | 1.602 | 6,88% |
50 até 59 | 3.232 | 13,87% |
60 até 69 | 5.421 | 23,25% |
70 até 79 | 5.795 | 24,85% |
80 até 89 | 4.694 | 20,13% |
mais de 90 | 1.585 | 6,80% |
Total | 23.317 | 100,00% |
Fonte: Secretaria de Saude de SP | ||
Estradas.com.br |
Desconhecemos as razões da grande imprensa não dar destaque a esses dados que são tão importantes para compreender o impacto da Covid-19 mas , apesar de não ser o foco do nosso portal, resolvemos disponibilizar todos os dados e comparar com a realidade da “pandemia” do trânsito, conforme fizemos com os acidentes de motocicletas recentemente.
Os óbitos registrados em São Paulo apresentam comorbidade em 80% dos casos. Os principais fatores de risco associados à mortalidade são cardiopatia (58,7% dos óbitos), diabetes mellitus (43,4%), doenças neurológicas (11,1%) e renal (9,6%), pneumopatia (8,1%). Outros fatores identificados são obesidade (7,1%), imunodepressão (5,8%), asma (3,1%), doenças hepáticas (2,1%) e hematológica (1,9%), Síndrome de Down (0,5%), puerpério (0,1%) e gestação (0,1%). Esses fatores de risco foram identificados em 18.638 pessoas que faleceram por COVID-19 (79,9%).
É importante que a polarização e politização de informações fique em segundo plano. Informar com isenção deve ser prioridade. Afinal, assim como no trânsito estamos falando de vidas não de números.