Uma pessoa é presa e 86 carros apreendidos no Oeste do PR
Foram apreendidos 86 veículos nesta semana em fiscalizações feitas pela Delegacia da Receita Federal em Foz do Iguaçu e Cascavel, região Oeste do Paraná. A fiscalização seguiu intensa mesmo após o término da operação de combate ao contrabando feita na semana passada que contou com o apoio do exército.


A maioria das apreensões aconteceu em Santa Terezinha de Itaipu, mas também foram recolhidos carros em Foz, Céu Azul e Medianeira. No total de veículos apreendidos, foram 68 carros de passeio, 15 ônibus, duas vans e um caminhão. A operação aconteceu da meia noite do último domingo até as 8h desta sexta.

Todos os veículos foram retidos por transporte de grande quantidade de mercadorias contrabandeadas do Paraguai. Eles foram encaminhados para o pátio da DRF em Cascavel e também em Foz do Iguaçu. Os veículos permanecem lacrados até data estabelecida para a fiscalização e valoração das mercadorias, que ainda não definida.

Os condutores dos veículos apreendidos assinaram um termo circunstanciado e serão chamados para novos esclarecimentos.

Prisão por desacato

Durante uma das fiscalizações em Santa Terezinha de Itaipu, servidores da Receita Federal encontraram um veículo carregado de mercadorias ilegais. Ao abordarem a motorista na BR-277, ela se recusou a sair de perto do veículo e, segundo eles, houve desacato à autoridade.

A Polícia Federal foi acionada para conter os ânimos da mulher, que em seguida foi algemada e encaminhada para Foz do Iguaçu. Ela foi presa em flagrante por desacato e será indiciada pela contravenção de contrabando e descaminho.





Para evitar fraudes no exame, Detran põe câmeras nos carros
Objetivo é acompanhar provas em tempo real, para combater corrupção nas auto-escolas

A histórica fraude de facilitar a aprovação de um candidato no exame prático de direção deve, enfim, sofrer uma ação efetiva de combate. O Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP) vai exigir que todas as cerca de 2,4 mil auto-escolas paulistas instalem câmeras no interior dos carros usados no dia da prova. Por mês, quase 15 mil pessoas tentam tirar a primeira habilitação na capital, além de outras 30 mil no interior.

A portaria que vai regular a medida sairá na próxima semana. O prazo de adaptação das empresas deve ser de 180 dias. Está praticamente definido que duas câmeras com microfone vão acompanhar, em tempo real, tudo o que ocorre dentro do carro na hora da exame. Deve-se escolher a tecnologia CDMA, usada em celulares, para transmissão das imagens.

Uma das câmeras ficará no centro do teto e vai monitorar os movimentos dos braços e pernas do candidato e do examinador, além de flagrar manobras malfeitas. A outra será colocada ao lado do painel, na altura do peito dos passageiros, para captar a comunicação entre os ocupantes do veículo.

“Certamente não vamos acabar de uma vez com todas as irregularidades, mas o meio eletrônico é o mais eficaz para reduzir essas fraudes”, afirmou o delegado Francisco Basile, chefe da Assistência Policial Técnica do Detran. Reportagem publicada pelo Estado no domingo revelou que, mediante propina de R$ 350,00 a R$ 450,00, alunos tinham a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) garantida, mesmo cometendo faltas graves ao volante.

Embora o objetivo do Detran seja criar uma central de monitoramento em tempo real – o projeto não tem prazo nem custo definidos -, as imagens ficarão armazenadas em um disco rígido, com capacidade de 24 horas de gravação criptografada, ou seja, sem possibilidade de ser manipulada. O aparelho será soldado no porta-malas.

Terminado o exame, o carro será levado para perto de uma van, na qual um laptop receberá as imagens por transmissão sem fio. Haverá ainda a opção de gravar tudo em um CD, para análise posterior. A intenção é armazenar esse material no sistema da Companhia de Processamento de Dados do Estado (Prodesp).

Basile disse que um carro de auto-escola foi equipado nesta semana, para testes. Em poucos dias, outras quatro auto-escolas devem adotar a novidade, mas só para aulas práticas. “Esperamos que, em 90 dias, de 15% a 20% das empresas adaptem sua frota.” A capital deve ser a primeira cidade a adotar integralmente a medida.

O Detran fez um levantamento inicial dos custos para as auto-escolas. Elas pagariam em torno de R$ 3 mil pelo disco rígido, além de R$ 100,00 por mês para a transmissão de dados. O sindicato do setor (Sindautoescola) apóia a intenção do Detran de ampliar a fiscalização durante o exame prático, mas observa que os custos poderão ser repassados aos alunos.

“Somos favoráveis a tornar o exame mais transparente, mas não podemos punir as auto-escolas que trabalham dentro da lei por causa de algumas que cometem deslizes. O custo da instalação dos equipamentos vai onerar as empresas, que vão repassar para o preço da habilitação”, disse o presidente do sindicato, José Guedes Pereira.

Ele ressaltou que tenta negociar um acordo com a diretoria do Detran, para evitar que proprietários das auto-escolas sejam obrigados a comprar o equipamento num curto espaço de tempo. “A categoria não vai aceitar nenhuma portaria por imposição”, afirmou Pereira.