“Cuidado! Animais na pista”. A placa de advertência poucas vezes é percebida por motoristas nas estradas. Isso pode ser comprovado pelo número de acidentes de trânsito que ainda são provocados por animais soltos nas rodovias do Ceará. De janeiro a novembro deste ano, 239 animais foram atropelados, 120 pessoas ficaram feridas e 12 morreram.

O levantamento foi informado pelas Polícias Rodoviárias Estadual (PRE) e Federal (PRF). Nas CEs, foram registrados 104 acidentes, com 57 feridos e 10 mortos; enquanto nas BRs, foram 135 acidentes, com 63 feridos e 2 mortos.

Os acidentes ocorrem com frequência nas zonas rurais, já que os animais domésticos invadem as estradas. Há também a possibilidade de animais silvestres aparecem em vias localizadas próximo a matas, florestas, campos e água. Os pontos considerados mais críticos no Ceará são: BR-116, BR-220, BR-020, BR-304 e CE-065.

Colisões à noite

Na maioria das vezes, as colisões acontecem à noite, quando a visibilidade dos motoristas está prejudicada. A maior incidência ainda é com jumentos, cavalos, e cachorros abandonados na pista. Segundo a PRF, quando os animais são criados soltos e abandonados pelos seus proprietários, tornam-se potenciais causadores de acidentes.


Jumentos são flagrados na Avenida Abolição, em Fortaleza (Foto: Arquivo/TV Jangadeiro)
O que o condutor deve fazer

De acordo com Márcio Moura, do setor de Relações Públicas da PRF, é preciso que o condutor fique atento à via. Lembre-se de que o animal dificilmente tomará a atitude correta ou a que você espera. “Sempre que o condutor avistar um animal, deve reduzir a velocidade até que o tenha ultrapassado, porque a reação do animal é incerta. Alguns ficam parados e outros saem em disparada”, explica.

Nunca use a buzina e as luzes, pois isso poderá assustá-lo e fazer com que se volte contra o veículo.A luz também pode cegar o animal. E não esqueça: o cinto de segurança é uma grande proteção, não deixe de usá-lo.

Caso o condutor tenha se envolvido em acidente com animal, o primeiro passo é acionar a polícia, por meio do número 191. Em seguida, deve-se sinalizar a via, para evitar possíveis colisões. “Seria ideal que o condutor retirasse o animal e o carro da estrada, mas muitas vezes não é possível fazer isso”, explica Moura.

Apreensão de animais

Pelo fato de muitos animais trafegarem nas vias, equipes do Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran) fazem apreensões constantemente com o objetivo de reduzir o número de acidentes. Segundo o órgão, as regiões onde ocorrem mais apreensões são: Centro-Sul, Vale do Jaguaribe e Litoral Oeste, na altura de Itapipoca.

Os proprietários têm 15 dias para recolher seus animais. Caso não o façam, o Detran inicia o processo de doação dos que são utilizados na alimentação para entidades filantrópicas.