Em reunião marcada para esta terça-feira, na Capital, o governo gaúcho retomará as negociações com o Consórcio Univias em torno do novo modelo de pedágios em discussão no Estado.

Durante o encontro, o Piratini pedirá alterações na proposta inicial apresentada pelo grupo, sinalizando a disposição de prorrogar os contratos. Sem um plano B, os representantes das empresas — detentoras de 63% das concessões — planejam ouvir a contraproposta e estudar uma alternativa.

Veja o que está em jogo

Na nova rodada de discussões, o coordenador executivo da Assessoria Superior do Governador, João Victor Domingues, vai solicitar às concessionárias que refaçam os cálculos apresentados em novembro — quando sugeriram reduzir o preço cobrado de R$ 6,70 para R$ 4,40 nos polos Metropolitano, de Caxias e de Lajeado.

Em resumo, o governo quer tarifas diferentes para cada praça. Nos polos de maior movimento, há a expectativa de que o valor possa ficar abaixo de R$ 4,40. Se isso ocorrer, crescem as chances de um acerto — embora Domingues evite o assunto:

— Manter a negociação não quer dizer que estamos fechando um acordo. Não afastamos a ideia de uma nova licitação, mas também não queremos uma disputa judicial sem fim.

O fato é que o Piratini vive um dilema. Nos bastidores, teme o ônus político da prorrogação. Por outro lado, não tem recursos para arcar com o passivo que condiciona o fim dos contratos.

A saída seria um acordo capaz de contemplar promessas do governador Tarso Genro, entre elas o fim da praça de Farroupilha, a queda das tarifas e a garantia de obras.

As empresas sabem disso e seguem dispostas a negociar. Na reunião desta terça, segundo o advogado Ricardo Breier, representante do Univias, nenhuma nova proposta será apresentada. Apesar disso, técnicos avaliarão as sugestões em busca de uma solução.

— Mudar a proposta é uma operação complexa, mas é possível. O interesse das empresas é acertar a permanência — afirma Breier.

A possibilidade de prorrogação preocupa integrantes do Conselhão, entre eles o conselheiro Cesar Chagas, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil no Estado:

— Queremos uma alternativa justa e esperamos ser ouvidos pelo governador antes de qualquer decisão.