O acidente com um ônibus da Viação Santa Cruz, que por pouco não terminou em tragédia no começo da noite dessa sexta-feira, 28, não foi suficiente para conscientizar os passageiros de linhas intermunicipais quanto à importância do uso do cinto de segurança. Apesar de obrigatória, segundo o Código Nacional de Trânsito, a medida é pouco fiscalizada pelas empresas e autoridades.

Na tarde chuvosa deste sábado, 29, o Portal Gaz embarcou no Viação União prefixo 2090 (Tupanciretã-Porto Alegre) e fez o trajeto de Santa Cruz até a Capital, o mesmo do ônibus que se envolveu no acidente. Dos 48 lugares, 30 estavam ocupados. Destes passageiros, apenas metade estava de cinto.

Nem mesmo os ocupantes das poltronas 1 e 2, posicionadas sobre a cabine do motorista – ou seja, de frente para o para-brisa -, estavam com o dispositivo de segurança. Dentro do ônibus não havia nenhum aviso chamando atenção para o uso do cinto e antes de partir da rodoviária de Santa Cruz os passageiros não foram orientados a usarem o cinto.

QUESTÃO DE SEGURANÇA E BOM SENSO

Segundo o sargento Jair Kohls, do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), os motoristas, antes de iniciar as viagens, orientam os passageiros a usarem o cinto de segurança. A utilização ou não durante os trajetos, no entanto, acaba sendo uma questão de bom senso. “É muita gente para controlar, não tem como o motorista dirigir e realizar esta fiscalização. Se formos fiscalizar, os motoristas vão receber multa em todas as abordagens. É uma questão de segurança para cada indivíduo e também de bom senso”, comenta.

Em relação à conscientização dos passageiros, Kohls informou que o CRBM pensa em realizar abordagens para orientar os passageiros nos próximos dias. “Estamos pensando em utilizar o exemplo do acidente dessa sexta-feira para sensibilizar as pessoas e tentar convencer da importância do uso do cinto de segurança”, complementa.

Ontem, durante o atendimento às vítimas do tombamento do ônibus, o major Marcelo Maia, comandante regional dos bombeiros, declarou que o acidente só não virou uma tragédia porque a maioria dos passageiros estava de cinto de segurança, batendo-se e machucando-se levemente durante a capotagem. “A maioria das pessoas sofreu ferimentos leves. A situação só não foi mais grave porque boa parte dos passageiros estava usando o cinto de segurança. As pessoas devem ter consciência da importância do uso do cinto também em ônibus”, frisou o comandante.