Em 2011, a Polícia Rodoviária Federal já registrou 160 acidentes com animais na pista nas estradas federais que cortam Mato Grosso do Sul. Quatro pessoas morreram e 48 ficaram feridas. Os locais onde mais ocorrem atropelamentos de animais são a BR-262, próximo a Corumbá, oeste do estado, e a BR-060, na região de Camapuã, norte do estado.

Com fazendas na beira das rodovias, em algumas localidades os animais pastam livremente entre a cerca e a pista. Também é comum a presença de animais silvestres. O vice-presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Oscar Sthurk, alerta que o animal solto na pista é de responsabilidade do dono, caso ocorra um acidente. “A punição maior é a responsabilidade patrimonial. O Código Civil é claro em dizer que a responsabilidade é do detentor ou do proprietário”, afirma.

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A pedido da reportagem, o professor de física José Godinho calculou o impacto de um carro a 80 quilômetros por hora com uma vaca parada na pista. “Com tempo de colisão de 0,1 segundo, é relativamente considerável o aumento de massa aparente. De 300 quilos para quase cinco toneladas”, diz o professor.

O instrutor de autoescola Celso Silva, que já foi vítima de acidente com animais na pista, mostra na prática o que fazer nesses casos. “A gente não pode apavorar e não jogar o carro para o lado esquerdo. Devemos olhar rapidamente os retrovisores e frear suavemente. Se for possível, ligar o pisca alerta. Sinalize e saia para a direita”, explica o instrutor.

Durante a noite, as condições pioram para os motoristas. O inspetor da PRF, Tércio Baggio, faz um alerta: “Em usando o farol baixo ao cruzar um veículo, o condutor tem de estar atento e reduzir a velocidade. Ele pode ser surpreendido principalmente com animais de cor escura”.