Um dia depois de o PMDB entregar ao vice-presidente, Michel Temer, um documento deixando clara a insatisfação com o governo, a presidenta Dilma Rousseff sofreu ontem sua primeira derrota no Senado, onde tem ampla maioria. Em votação secreta, senadores rejeitaram, por 36 votos a 31 e uma abstenção, a recondução de Bernardo Figueiredo para a diretoria-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Figueiredo é amigo da presidenta, com quem trabalhou na Casa Civil, e ela o queria no posto mais quatro anos. Agora, seu nome não pode ser submetido ao Senado de novo, e Dilma terá que encontrar outro.

Há contra Figueiredo denúncias de irregularidades feitas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Mas as suspeitas nunca tinham sido levadas tão a sério, e a votação foi interpretada como uma mensagem clara.

“Existem insatisfações em vários partidos que foram manifestadas no voto secreto. A gente tem que entender o recado, aprofundar as relações políticas”, disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Único senador a defender Figueiredo no plenário, Lindbergh Farias (PT-RJ) culpou o PMDB e a base aliada pela derrota.