Embora os gaúchos que usam a BR-116 para chegar à Capital tenham passado, ontem, por mais uma manhã de lentidão após a colisão entre dois caminhões, um alento pode ser avistado alguns quilômetros depois. Às margens da freeway, são percebidas colunas de concreto apontadas para o céu, fortes o suficiente para sustentar viadutos em sequência. É a Rodovia do Parque tomando forma.

A rodovia, cujo nome oficial é BR-448, pretende retirar, sem a necessidade de pedágio, 50 mil dos 120 mil veículos que transitam diariamente pela BR-116. Espalhados ao longo de 10 quilômetros em obras, cerca de 700 operários trabalham para que os prazos sejam vencidos. A previsão é entregar em janeiro de 2012 a estrada que liga Sapucaia do Sul a Porto Alegre por um trecho paralelo à BR-116.

— A obra ganhou um ritmo importante e, em princípio, vamos concluir os trabalhos conforme previsto — diz o engenheiro Luiz Antônio Didoné, coordenador-geral da obra pelo Dnit.

Furto de material causa transtornos

Professor do Departamento de Sistemas de Transportes da UFRGS, João Fortini Albano é menos otimista sobre o impacto da nova rodovia. Embora julgue “significativa” a redução em 40%, o engenheiro vê como indispensável construir os 42 quilômetros previstos na Via Leste (ERS-110), que ligaria a freeway, na Capital, à ERS-239, entre Sapiranga e Campo Bom. A proposta do governo do Estado é formar uma parceria público-privada (PPP) para construí-la, prevendo pedágio.

Com a mudança de governo, porém, a Via Leste corre o risco de não sair do papel. A previsão é de que os editais de licitação sejam concluídos em 23 de dezembro — nove dias antes de Tarso Genro assumir o Piratini.

Um contratempo ontem causou transtornos. O trecho de entroncamento com a BR-386, em Canoas, foi alvo de ladrões. Técnicos e seguranças registraram na polícia o furto de parte do material que será utilizado na construção de um viaduto. Segundo o delegado Guilherme Pacífico da Silva, os objetos furtados estão orçados em cerca de R$ 250 mil.