
Concessionária informou que foi por conta de agenda. Obra deveria estar pronta desde 2012
O desrespeito com os usuários de rodovias federais no Brasil não tem limite. Não bastasse os aumentos de pedágios em cima da hora, que se tornaram a marca registrada da ANTT, agora são as obras viárias que deveriam ser entregues no prazo estabelecido, mas não são. É o caso do Contorno Viário de Florianópolis, em Santa Catarina. Depois de a concessionária Arteris Litoral Sul anunciar e confirmar a data de 2 de agosto para a entrega da obra, agora, a empresa mudou a data para 9 de agosto.
O empreendimento virou uma “novela”, pois deveria ter sido entregue aos usuários há 12 anos. Desde então, os serviços tiveram diversas alterações, além de problemas na justiça (ver detalhes abaixo). Diante disso, será que desta vez o 9 de agosto será cumprido?
A obra
Com obras iniciadas em 2014, os trabalhos seriam concluídos em dezembro de 2021. Não foram. Com isso, os milhares de condutores que trafegam diariamente pela BR-101 tiveram que esperar.
O traçado, com 50 quilômetros de extensão, passa por Governador Celso Ramos, Biguaçu, São José e Palhoça para desviar o tráfego de longa distância da Grande Florianópolis.
O histórico de construção do contorno resume as dificuldades enfrentadas para a conclusão. Apresentado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (DNIT) como forma de complementar a duplicação da BR-101 Norte, em 1999, o Contorno Viário já poderia estar concluído em 2012, conforme previsão feita em 2008, quando a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a OHL (atual Arteris Litoral Sul) assinaram o contrato de concessão da rodovia.
Porém, as obras só começaram em 2014 e, desde então, têm sido prejudicadas por diversas polêmicas. A principal delas aconteceu em março de 2012 com a construção de um empreendimento residencial, em Palhoça (SC), que forçou a mudança do traçado e a necessidade de construção de três túneis duplos em uma região com características ambientais e geológicas complexas.
Além dos problemas relatados, outros motivos que provocaram mudanças no projeto original foram as demandas que surgiram ao longo do processo de implantação do contorno. As alterações impactaram no cronograma de licenciamento, na elaboração do projeto, no andamento da obra e em questões burocráticas, como avaliação e aprovação da ANTT, que acompanha os trabalhos para verificar necessidades como o reajuste da tarifa de pedágio e mudanças no cronograma de obra.
Sem pedágio
Como já foi informado em 2019, pela concessionária e pela ANTT, o trecho de 50 quilômetros do Contorno Viário da Grande Florianópolis não terá pedágio, segundo a concessionária Arteris Litoral Sul.
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