A Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa buscará o apoio da bancada parlamentar gaúcha para pressionar o governo a acelerar o ingresso de 750 novos agentes na Polícia Rodoviária Federal, dos quais 120 estão previstos para atuar no Rio Grande do Sul. A definição saiu da audiência pública que debateu na manhã desta quinta-feira os problemas do efetivo para fiscalizar o trânsito nas rodovias federais e estaduais.
“Não podemos prosseguir nesta verdadeira loteria a cada final de semana para ver o número de mortes nas nossas estradas. Hoje vivemos uma proporção inversa: a frota de veículos aumenta e o policiamento diminui”, destacou o deputado Giovani Feltes (PMDB). O encontro também definiu ações para reforçar o trabalho do Comando Rodoviário do Estado. “A realidade é extremamente difícil. O efetivo reduzido é nosso calcanhar de Aquiles e que vem se agravando”, reconheceu o chefe de Policiamento e Fiscalização da Superintendência Regional da PRF, inspetor Alfonso Willemmbrinc Júnior.
Ele confirmou que o atual efetivo para controlar em torno de sete mil quilômetros de estradas federais é de 710 agentes, o mesmo número de 1994. “Mesmo assim conseguimos diminuir o número de acidentes e mortes neste ano, utilizando novos métodos de gestão e o uso da tecnologia”, apontou Willemmbrinc. Segundo ele, se houvesse um reforço imediato do efetivo, aliado às ações de educação no trânsito, os números seriam mais positivos. “Os problemas no trânsito são de natureza comportamental. Quanto mais efetiva a fiscalização, menor será o número de acidentes”, ponderou.
O quadro de dificuldades em repor o número de servidores também foi reforçado na manifestação do presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais do Estado (Sinprfrs). Para Francisco Von Kossel, o problema se agrava na medida em que, dos 710 policiais em atividade, cerca de 120 estão em serviços administrativos. “Se observamos que uma média de 60 policiais está em férias a cada mês e outros 30 em licenças diversas, a presença efetiva de policiais por cada turno de trabalho cai para 125”, alertou o sindicalista.
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