A primeira coisa que se faz ao entrar num automóvel é (ou deveria ser) colocar o cinto de segurança. É um gesto automático que já salvou milhões de vidas em todo o mundo em apenas 54 anos de existência.

Nils Bohlin, engenheiro sueco foi quem inventou o cinto de segurança de três pontos de ancoramento, um equipamento que, a partir de 13 de Agosto de 1959, passou a estar disponível nos automóveis produzidos pela Volvo.

Nils Ivar Bohlin (1920-2002) nasceu em Harnosand, na Suécia, e licenciou-se em engenharia mecânica em 1939. Três anos depois começou a trabalhar no setor aeronáutico da Saab, tendo participado no desenvolvimento dos bancos ejectáveis, que então davam os seus primeiros passos.

nils_bohlin_1959 inventor do cinto de 3 pontos

Em 1958 ingressou na Volvo, onde assumiu a responsabilidade do setor da segurança rodoviária. Tirando partido da sua experiência anterior, iniciou o desenvolvimento de um dispositivo capaz de sustentar o corpo humano no seu assento, mesmo em casos de acidentes violentos.

“Percebi que era tão importante segurar a parte superior do corpo como a inferior, utilizando uma correia no peito e outra na cintura”, afirmou mais tarde Bohlin. “O cinto também tinha que ter um ponto de ancoramento abaixo do nível da anca, para segurar de uma forma apropriada o corpo após uma colisão. Foi apenas uma questão de encontrar a melhor solução”, acrescentou com bastante modéstia o engenheiro, cuja actividade na Volvo se manteve sempre ligada ao campo da segurança.

Aposentado em 1985, morreu em 2002, no mesmo ano em que foi integrado no National Inventors, Hall of Fame em Akron, Ohio (EUA), lado a lado com nomes como o dos irmãos Wright, os pioneiros da aviação.

O tempo passou, mas a importância do legado de Nils Bohlin impediu que o seu nome fosse esquecido, até por que, se a sua invenção foi muito evoluída ao longo dos anos, nunca surgiu outra alternativa mais válida à sua utilização. Por isso, o seu cinto de segurança de três pontos de ancoramento passou a estar patente no Smithsonian Museum, em Whashington, nos EUA,  que recebe anualmente cerca de quatro milhões de visitantes.