Agentes políticos ligados à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Pedágio, que ocorreu de junho de 2013 a dezembro de 2014 na AL (Assembleia Legislativa) do Paraná, teriam recebido propina de representantes das concessionárias. A informação foi levantada pelo ex-diretor do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) Nelson Leal Jr., um dos delatores da Operação Integração II, como ficou denominada a 55ª fase da Lava Jato.

“O depoente ouviu que ela [CPI] já começava com um ‘acordão’ político para preencher os próprios cargos que seriam disponibilizados; (?) que não havia vontade política de descobrir nenhum ilícito, sendo que era mais um jogo político”, diz trecho do despacho do MPF (Ministério Público Federal). Conforme os relatos, o grupo tinha apenas duas finalidades: obtenção de mais cargos para deputados da base aliada; e solicitação de vantagem indevida por parte dos parlamentares governistas para as concessionárias.

Segundo o documento, ninguém no governo ou nas empresas do Anel de Integração se preocupou com a CPI, porque todos sabiam que “não iria dar em nada”. Outra comissão instalada anteriormente no Legislativo não resultou em responsabilização de nenhum envolvido.

De acordo com o MPF, houve também repasse de valores ilícitos ao TC (Tribunal de Contas). Nem Leal Jr. nem os membros da força-tarefa da Lava Jato, porém, citaram nomes de beneficiários. O colaborador disse não ter conhecimento da forma como os políticos teriam recebido o dinheiro.

Fonte: www.folhadelondrina.com.br