FISCALIZAÇÃO: Polícia Militar Rodoviária (PMRv) tem realizado intensa fiscalização e monitorando os caminhões na área urbana de Forquilhinha (SC). Fotos: Divulgação

De acordo com a Prefeitura de Forquilhinha, o Departamento de Trânsito da cidade apurou 247 caminhões cruzando a cidade em cinco horas

Desde 2 de maio os usuários da BR-101, no sul de Santa Catarina, estão convivendo com as praças de pedágio. A rodovia está monitorada, ganhou reforço de segurança, sinalização e apoio aos condutores, em troca do pagamento da taxa nas praças de São João do Sul, Araranguá, Tubarão e Laguna.

Mas um dos impactos negativos foi percebido logo no início desses 45 dias. Caminhoneiros estão buscando caminhos alternativos para escapar de algumas das praças de pedágio. O caso mais perceptível está em Forquilhinha, na região de Criciúma, que não margeia a BR-101, está a cerca de 20 quilômetros da rodovia mas não escapa.

– Aqui está passando um caminhão por minuto – acusa o prefeito José Cláudio Gonçalves, o Neguinho (PSD), que já havia feito essa denúncia no dia 7 de maio. No quinto dia do pedágio operando, o Departamento Municipal de Trânsito de Forquilhinha fez uma contagem, e apurou que 247 caminhões cruzaram a cidade em cinco horas. – Isso dá dez vezes mais caminhões que o normal daqui – aponta Neguinho.

CCR em Forquilhinha

De tantas reclamações feitas pelo prefeito nas últimas semanas, a CCR Via Costeira, concessionária da rodovia por 30 anos, manterá um encontro em Forquilhinha nesta quinta-feira (17). – Sim, vem uma relações públicas da CCR aqui conversar com a gente. Creio que estão vindo mais para nos ouvir. Vamos reforçar o relato, mostrar alguns dos problemas. O nosso trânsito está caótico, os caminhões estão congestionando o nosso trânsito, há muito risco de acidentes e também danificam as nossas ruas – destaca.

O prefeito vai sugerir à CCR que instale balanças de pesagem, em parceria com o Governo do Estado, nas rodovias estaduais que são utilizadas pelos caminhoneiros para driblar a praça de pedágio de Araranguá, da qual escapam com o caminho via Meleiro, Forquilhinha e Criciúma. – Conversei com o prefeito de Meleiro, ele também está preocupado. Já procurei o prefeito de Criciúma também – frisa Neguinho.

BALANÇAS: O prefeito de Forquilhinha vai sugerir à CCR que instale balanças de pesagem, em parceria com o Governo do Estado, nas rodovias utilizadas pelos caminhoneiros para driblar o pedágio de Araranguá. 

Buracos começaram a aparecer

Os danos nas ruas já começaram a aparecer. – Estamos tapando buracos. É muito peso, nossas ruas não estavam preparadas para isso. E os caminhoneiros estão utilizando todos os acessos da cidade – acentua o prefeito, que antevê uma piora na situação com a conclusão da BR-285, na Serra da Rocinha, em Timbé do Sul, programada para ser entregue ao tráfego até o começo de 2022.

– Com a BR-285 concluída, os caminhões vindos do Rio Grande do Sul vão chegar em Timbé do Sul e tomar as nossas SCs até chegarem na BR-101, e também buscarão evitar esses pedágios de São João do Sul e Araranguá. Inevitavelmente, vão passar por aqui também, e o tráfego vai ficar ainda mais congestionado. Daqui a pouco vão começar os acidentes – prevê Neguinho.

O prefeito de Forquilhinha vai requerer uma compensação financeira da CCR. – Afinal, estamos gastando com esses caminhões aqui na cidade. E se não vier essa compensação, talvez tenhamos que mover uma ação judicial – projeta.

CCR se manifesta

A CCR Via Costeira lançou uma nota na tarde desta quarta-feira (16) se manifestando sobre os desvios das rotas promovidos por muitos motoristas. A concessionária aponta que os desvios foram percorridos por equipes da CCR que constataram não haver economia de tempo nem de combustível. Além disso, quem desvia perde o direito de usufruir do apoio que a rodovia pedagiada confere, além de submeter o veículo a desgaste.

CAMPANHA: Concessionária Via Costeira faz campanha para alertar o usuário sobre os prejuízos que se tem com o desvio por rotas alternativas.

O levantamento da CCR constatou que o tempo de viagem chega a aumentar em 1 hora com os desvios, e o deslocamento é acrescido de 40 a 60 quilômetros, ocasionando mais gastos. A concessionária apurou, ainda, que as rotas alternativas são em geral estradas vicinais, não preparadas para fluxo mais pesado e sem pavimentação adequada. 

– Se o motorista parar para fazer a conta, com todo o gasto de combustível e de manutenção que pode ser gerado pelos desvios, isso gera um impacto muito maior do que a economia com o pedágio não pago – reforça o diretor de Operações e Atendimento da CCR, Diogo Stiebler. Ele reforça que contatos com os prefeitos estão sendo feitos para minimizar os impactos.

Fonte: NSC Total