Atendente confirmou que veículos não são conservados. Ônibus clandestino capotou na BR-146, em Minas, nesta segunda (27), matando 4 e ferindo 44

As vítimas do acidente na BR-146, em Minas Gerais, na madrugada desta segunda-feira (27), estavam com um cartão que anuncia passagens para todo o Norte e Nordeste do país. O embarque é feito ao lado da estação Armênia do Metrô, na região central de São Paulo.

O ônibus tinha deixado a capital paulista rumo ao Ceará e capotou por volta das 4h30. Quatro pessoas morreram no local. Mais de 30 ficaram feridas. Entre elas, nove crianças.

A viagem chega a custar metade do preço que os passageiros pagam na rodoviária, mas embarcar em um veículo seguro é uma questão de “sorte”, segundo os próprios funcionários das empresas clandestinas.

A reportagem do SP2 telefonou para o número que aparece no cartão. Na ligação o atendente revela que alguns veículos não são seguros. “Tem ônibus malconservado, tem ônibus bom, tem que tentar a sorte.”

Para escapar da fiscalização, muitos motoristas usam estradas alternativas, em piores condições de tráfego e sem serviços de emergência para casos de acidente. As empresas ficam localizadas na região do Brás.

O acidente

Sobrevivente Ralf dos Santos, de 22 anos, tinha deixado São Paulo para tentar voltar para sua casa no Ceará.

Ele conta que pagou R$ 250 para embarcar do veículo clandestino. Os passageiros relataram aos bombeiros que o motorista não conseguiu engatar a marcha durante uma subida. O ônibus voltou de ré, desgovernado, e caiu na ribanceira.

Em nota, a Agência Nacional de Transportes Terrestres disse que faz operações frequentes de combate ao serviço clandestino nos principais eixos rodoviários de ligação entre São Paulo e cidades do Norte e Nordeste. E que, por problemas de segurança e operacionais, nem sempre é possível fazer as fiscalizações na região do Brás.

O Departamento de Transportes Públicos da Prefeitura de São Paulo informou que também realiza fiscalizações, e que entre janeiro e julho deste ano, apreendeu 31 veículos usados para o transporte clandestino de passageiros.

Fonte:  www.g1.com.br