
De acordo com o laudo, motorista trafegava em alta velocidade e que freio funcionava parcialmente; investigação aponta para a existência de uma organização criminosa para transporte clandestino de passageiros
A Polícia Civil (PC) do Paraná deflagrou uma operação contra envolvidos do acidente (sinistro), que matou 19 pessoas na BR-376, em Guaratuba, no Paraná, em 25 de janeiro deste ano. Na manhã desta terça-feira (25), mandados foram cumpridos no Pará e em Santa Catarina.
De acordo com as investigações, o alvo da operação é uma organização criminosa envolvida no transporte clandestino de passageiros. Os agentes cumprem 15 mandados de busca e apreensão.
Ainda de acordo com a PC, o laudo pericial do acidente feito pela Polícia Científica do Paraná apontou que o motorista trafegava em alta velocidade e que o freio funcionava parcialmente, no momento do acidente.
De acordo com o delegado Edgar Santana, o ônibus trafegava a 96 km/h a 250 metros do ponto do sinistro. A velocidade permitida para o trecho é de 60 km/h. O laudo apontou ainda que uma das causas do acidente foi a falta de manutenção do veículo.
Segundo o delegado, o proprietário do veículo estava ciente da possibilidade do acidente e colocou em circulação um ônibus sem condições de trafegar. O investigado deve responder por homicídio com dolo eventual.
Ainda conforme as investigações os passageiros foram transportados de forma clandestina, após a Polícia Civil constatar que as informações presentes na licença de viagem emitida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) não corresponderem à realidade.
Santana afirmou que, diferentemente do que havia sido informado, a viagem não se trata de fretamento turístico ou eventual, mas sim de transporte clandestino de passageiros.
Ainda conforme o delegado, a conduta da empresa se encaixa nos crimes de usurpação de função pública e organização criminosa, com penas que podem chegar a 13 anos de prisão. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Ananindeua (PA) e Belém, além de Florianópolis (SC).

O acidente
Imagens mostram o momento do acidente na BR-376, com o ônibus da Girassol Turismo, que causou 19 mortes no Paraná na segunda-feira (25). A gravação divulgada pela concessionária Litoral Sul, responsável pela via, mostra que o ônibus estava em uma velocidade maior do que a dos veículos que circulavam na rodovia. O acidente ocorreu por volta das 8h30, em Guaratuba, no litoral do Paraná.
De acordo com informações da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, o veículo saiu da pista e tombou na margem da rodovia na altura do km 668, conhecido como Curva da Santa, quando descia a Serra do Mar.
Além dos 19 mortos, 33 pessoas ficaram feridas e foram levadas a hospitais da região. Ao todo, o veículo levava 53 passageiros e tinha dois motoristas.
O sinistro aconteceu na manhã do dia 25 de janeiro, entre duas áreas de escape da BR-376. À época, 19 pessoas morreram e 31 ficaram feridas.
O ônibus viajava do Pará para Santa Catarina, saiu da pista, e tombou na margem da rodovia, na altura do km 668, no trecho conhecido como Curva da Santa, no Paraná, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Conforme a Polícia Civil, o motorista do veículo disse em depoimento que havia assumido a direção cerca de 30 minutos antes do acidente. Durante a viagem, ele revezou a direção com outro motorista.
O condutor disse à polícia que, após perceber um problema no freio do ônibus, tentou tentou usar a área de escape que fica cerca de um quilômetro antes do local do acidente, mas não conseguiu por causa de um caminhão que, segundo ele, estava ao lado direito. Por isso, bateu na mureta e caiu no barranco.
Conforme a ANTT, o ônibus de turismo saiu de Ananindeua (PA), às 19h, de 22 de janeiro, e tinha como destino final São José (SC).
O transporte parou em Goiânia (GO), na tarde de 24 de janeiro, e teria como próxima parada a cidade de Balneário Camboriú (SC), segundo a agência.
A previsão era que os passageiros chegassem ao litoral catarinense no dia 26 de janeiro, e em São José, que era o destino final, na madrugada do dia 27 de janeiro.