MAIS SEGURANÇA: Aumentar a segurança dos usuários com a prevenção de acidentes tem sido um dos pilares do programa de concessões de rodovias, diz José Carlos Cassaniga, diretor-executivo da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR). Foto: Divulgação/ABCR

Por José Carlos Cassaniga*

O programa brasileiro de concessões de rodovias é um sucesso confirmado pela pesquisa anual da CNT, que posiciona os trechos concedidos entre os 24 melhores do País. São mais de 25 anos de prestação de relevantes serviços aos usuários.

Hoje, o setor opera 25 mil quilômetros de rodovias – em torno de 12% da malha de rodovias pavimentadas brasileira. Para os próximos anos, são previstas 56 novas licitações, dobrando a extensão atualmente concedida.

Aumentar a segurança dos usuários com a prevenção de acidentes tem sido um dos pilares do programa de concessões de rodovias. O tema Rodovias Inteligentes também
é uma marca, com melhorias contínuas no monitoramento do tráfego, nos recursos operacionais, e no atendimento e interação com o usuário.

Há um bom tempo, o setor tem estudado as experiências internacionais de pedagiamento e meios de pagamento. O modelo atual, com pagamento em poucas praças de pedágio torna a tarifa mais alta para os que trafegam por toda a rodovia, enquanto isenta o usuário que não passar pelas praças.

No dia 6 de maio, o Congresso Brasileiro deu um passo para eliminar esse descompasso ao aprovar o PL 886/2021, que prevê a implantação do sistema de livre passagem na cobrança de pedágios em rodovias, cujo nome técnico é free flow.

Basicamente, a tecnologia free flow permite a identificação de veículos e cobrança do pedágio por equipamentos instalados em pórticos e sensores no pavimento. Ao contrário das atuais praças de pedágio, distantes entre si, a tecnologia estará distribuída estrategicamente por toda a rodovia, permitindo ao usuário pagar a tarifa equivalente ao trecho que efetivamente percorrer.

Com o free flow substituindo a modalidade atual de pedagiamento, os usuários perceberão novas experiências – com ampliação do conforto, da segurança e da fluidez nas rodovias que utilizam. Os tempos de viagens também serão positivamente afetados, dado que os veículos não precisarão reduzir sua velocidade permitida e nem “parar” para o pagamento de pedágio.

Experiências em outros países mostram que os caminhoneiros, que percorrem grandes trechos, terão seus custos com pedágio reduzidos, uma vez que o novo modelo proporcionará ampliação da base de pagantes e possibilidade de cobrança por trecho utilizado. E quando todos pagam, todos pagam menos.

(*) José Carlos Cassaniga, engenheiro, é presidente do Sindicato Nacional das Concessionárias de Rodovias (Sincrod), Vias Urbanas, Pontes e Túneis e diretor-executivo da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR)