TROCA DE COMANDO: Governo Federal troca o comando da direção-geral da PRF e nomeia Eduardo Aggio de Sá para o cargo no lugar de Adriano Furtado. Nomeação foi publicada no Diário Oficial desta sexta-feira (22). Foto: Divulgação

O Governo Federal publicou no Diário Oficial da União  (DOU), desta sexta-feira (22) a nomeação de Eduardo Aggio de Sá, como o novo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no lugar de Adriano Marcos Furtado, que foi exonerado, assim como foi exonerado Fabiano Bordignon, do cargo de diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional, ligados ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O novo diretor assume após fracasso da gestão atual quanto à redução de acidentes, mortos e feridos. Em 2019, a estimativa do SOS Estradas, usando os dados da própria PRF, indicavam que as rodovias federais registrariam mais 500 mortes e 5.000 vítimas, em relação à tendência dos anos anteriores. Foi a primeira vez em sete anos que houve aumento de vítimas e não redução.

A curva mudou em abril quando o presidente da República, determinou o desligamento dos radares fixos, e depois, em 16 de agosto, ordenou a retirada dos radares portáteis utilizados pelos policiais para flagrar infratores. A justificativa do presidente Jair Bolsonaro era de que os policiais ficavam escondidos para multar os incautos e insinuou que faziam parte da ‘industria da multa’; o que jamais foi contestado pelo ex-diretor, apesar de saber não ser procedente. A média mensal de mortos aumentou 15%, quando deveria ter redução de pelos menos 20%, considerando os três primeiros meses de 2019, quando a PRF atuava como nos anos anteriores.

Em 23 de dezembro de 2019, a Justiça Federal determinou a volta dos radares portáteis, depois de mais de quatro meses fora de operação, sem que nenhuma multa fosse aplicada em todo país, apesar de a circulação de centenas de milhões de veículos nas rodovias federais naquele período. Após a volta dos equipamentos, a PRF continuou aplicando poucas multas, num indício de que seguiria a orientação do presidente, que não quer radares nas rodovias. O resultado foi medido em mortos e feridos.

Currículo do novo diretor-geral

O novo diretor-geral da PRF, Eduardo Aggio de Sá, é bacharel em Direito pela Universidade do Distrito Federal. Cursou a Escola Superior de Guerra (ESG) do Ministério da Defesa, sendo diplomado no Curso Superior de Política e Estratégia (CSuPE) e no Curso de Direito Internacional de Conflitos Armados (CDICA).

Ingressou no serviço público em 2005, após ser aprovado no concurso de Policial Rodoviário Federal. No Departamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foi coordenador do Escritório de Projetos Estratégicos, coordenador de Gestão Estratégia, chefe de Gabinete e diretor-geral substituto. Aggio também foi instrutor da disciplina de Gestão Estratégica Institucional.

Na Secretaria Nacional de Segurança Pública, foi coordenador-geral de Logística, coordenador-geral de Estratégia em Segurança Pública e diretor de Políticas de Segurança Pública.

Em 2018, participou do Gabinete de Transição Governamental no Grupo de Trabalho de Assuntos Estratégicos e, em 2019, foi o subchefe-adjunto de Assuntos Federativos e Assessor Especial do Ministro Chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República.

A sua nomeação foi bem recebida pelos policiais rodoviários. É considerado sério e competente. Resta saber como vai enfrentar a resistência do presidente quanto a fiscalização do excesso de velocidade criminoso, que aumentou brutalmente no último ano, conforme vai demonstrar neste domingo matéria do Fantástico.

A dúvida é até que ponto o novo diretor da PRF vai efetivamente fiscalizar excesso de velocidade depois de 1 ano de aumento de vítimas