COMBATE AO ABUSO: Em 19 dias de Operação Velocidade Máxima em quatro regiões brasileiras, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) flagrou 107.819 veículos acima do limite de velocidade nas rodovias federais. Foto: Divulgação/PRF

Ação da PRF desenvolvida em dez estados e no Distrito Federal buscou a prevenção e redução de acidentes em pontos críticos das rodovias federais

Em 19 dias de Operação Velocidade Máxima em quatro regiões brasileiras, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) flagrou 107.819 veículos acima do limite de velocidade nas rodovias federais.

De acordo com a Corporação, o objetivo da ação foi o de combate ao excesso de velocidade, a prevenção e redução de acidentes (sinistros) nas regiões do Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste.

Para fiscalizar a velocidade dos veículos, foram utilizados radares portáteis instalados em pontos considerados críticos – cada um com dez quilômetros de extensão – por terem alto índice de sinistros graves.

Segundo a PRF, a presença dos policiais contribuiu para a redução de 9,77% no número de sinistros graves, em comparação com o mesmo período do ano passado.

De acordo com a Corporação, com a fiscalização reforçada nos trechos abrangidos pela operação, o número de feridos diminuiu. Entretanto, mesmo com o trabalho intensificado, o número de mortes aumentou em relação a 2022.

2023

2022

Acidentes graves

240 (-9,77%)

266

Mortes

69 (+21%)

57

Feridos

1.065 (-1,3%)

1.079

Cearenses na frente das infrações

Segundo o balanço da PRF, o estado do Ceará foi o que registrou o maior número de veículos com excesso de velocidade, com 24.810 flagrantes, seguido por Minas Gerais (21.216), Goiás (17.416), Paraná (15.101), Santa Catarina (10.988), Rio Grande do Sul (9.313), Rio Grande do Norte (3.064), Rio de Janeiro (2.987), Pernambuco (1.538), São Paulo (1.043) e Distrito Federal (343).

Os trechos incluídos na Operação Velocidade Máxima fazem parte do mapeamento da PRF que possui 203 pontos – cada um com extensão de dez quilômetros  – considerados críticos nas rodovias federais por concentrarem alto índice de acidentes graves. O banco de dados reúne, de forma detalhada, as informações dos locais, número de ocorrências, mortes e feridos, além da variação dos índices entre os anos de 2022 e 2023.

ESTADO

PONTOS CRÍTICOS

Minas Gerais (MG)

36

Santa Catarina (SC)

33

Paraná (PR)

20

Rio de Janeiro (RJ)

17

São Paulo (SP)

15

Goiás (GO)

11

Pernambuco (PE)

11

 

De acordo com o levantamento, os 203 trechos críticos representam apenas 3,95% da malha viária federal, mas entre janeiro e maio de 2023, foram registrados 2.232 do total de 7.440 sinistros graves.

Segundo a PRF, a estatística representa 30% das ocorrências de maior gravidade ocorridas nas rodovias federais. A atualização dos números é constante e auxilia a PRF a definir estratégias para reduzir as ocorrências.

PONTOS CRÍTICOS: De acordo com o levantamento, os 203 trechos críticos representam apenas 3,95% da malha viária federal, mas entre janeiro e maio de 2023, foram registrados 2.232 do total de 7.440 sinistros graves. Foto: Divulgação/PRF

Redução da mortalidade

Em 2018, o Brasil registrou índice de 53 mortes por milhão de veículos. Por isso, naquele ano, o país criou o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito – PNATRANS. O plano segue as diretrizes estabelecidas pela Nova Década de Segurança no Trânsito, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A meta do PNATRANS é reduzir a mortalidade no trânsito brasileiro em 50% nos próximos 10 anos, e alcançar o índice de 26 óbitos por milhão de veículos. Órgãos e especialistas em trânsito, além da sociedade civil, fizeram, em 2021, a revisão das metas estabelecidas para o período. A previsão é de que, até 2028, o Brasil preserve 86 mil vidas.

SOS Estradas realiza campanhas

Regularmente, o portal Estradas divulga as campanhas de segurança realizadas pelo SOS Estradas, com apoio da TrânsitoAmigo e demais entidades, com o objetivo de preservar vidas humanas.

Segundo dados do Ministério dos Transportes do Reino Unido e do SOS Estradas, quanto maior a velocidade na hora do sinistro, maior a letalidade. Entre o momento que percebe o risco e inicia a frenagem, o condutor já percorreu vários metros.

Em média, dirigindo um automóvel, o motorista a 80km/h percorre 15 metros até iniciar a frenagem que deve consumir mais 38 metros até a parada completa do carro. No total, serão 53 metros. Isto com reação em tempo normal, boas condições do pavimento, veículo e climáticas.

Já a 96 km/h a soma do tempo de reação e frenagem atinge pelo menos 73 metros. O equivalente ao comprimento de 18 carros parados na rodovia. No caso de estar conduzindo a 112km/h serão necessários pelo menos 96 metros para frear totalmente o veículo; o equivalente a 24 carros. No caso de a situação de risco ser uma carreta tombada na pista é simplesmente a diferença entre a vida e a morte.

limite de velocidade não é uma meta a ser atingida, mas uma indicação do máximo que deve ser praticado no trecho. Infelizmente, entre 2019 e 2022, o controle de velocidade nas rodovias federais diminuiu consideravelmente, e, não por coincidência, a média mensal de mortos aumentou, conforme já identificou o SOS Estradas desde meados de 2019.