A significativa recuperação do mercado brasileiro de ônibus e a consolidação de suas principais operações no exterior levaram a Marcopolo a atingir, em 2010, a produção de 27.580 unidades em suas fábricas no mundo, com crescimento 42,3% superior às 19.384 unidades registradas no exercício de 2009 e receita líquida de R$ 2,964 bilhões.

De acordo com José Rubens de la Rosa, diretor-geral da Marcopolo, este resultado foi alcançado porque a empresa começou a construí-lo ainda em 2008, com o início de um programa de investimentos de R$ 330 milhões, mantido durante a crise econômica mundial do final daquele ano, que se estendeu por 2009 e 2010.

“O bom desempenho de 2010 é fruto de decisões estratégicas, tomadas há algum tempo e que se mostraram assertivas, que incluem o contínuo investimento em modernização e aumento de capacidade e de produtividade e a sua não interrupção durante a crise de 2008 e 2009. Quando a demanda retomou, principalmente no mercado brasileiro, estávamos prontos, com capacidade, mão de obra especializada e treinada e elevado nível de produtividade”, explica o executivo.

Rubens de la Rosa destaca ainda que, ao longo de 2009, em vez de reduzir o quadro de colaboradores, a Marcopolo optou por negociar redução de jornada de trabalho e formação de banco de horas, mantendo a mão de obra experiente, fator também decisivo para atender com rapidez a demanda que surgiu a partir do segundo semestre daquele ano. “A crise ajudou a nos tornarmos mais competitivos e eficientes. Reduzimos o desperdício em cada uma de nossas operações, elevamos a produtividade e a velocidade de ‘fazer ônibus’, e, com isso, melhoramos nossa margem bruta (lucro operacional) em 2,3%”.

A eficiência operacional, aliada a outros aspectos importantes, entre os quais, o fornecimento de cerca de 800 ônibus para a Copa do Mundo de Futebol, na África do Sul; o crescimento do PIB brasileiro, aliado às melhores condições de financiamento, e o sucesso da Geração 7 de ônibus rodoviários, lançada em 2009 durante a crise econômica, permitiu à Marcopolo atingir lucro líquido de R$ 295,8 milhões. Este resultado é proveniente, em parte, da receita financeira das exportações e aplicações financeiras, do êxito em ações judiciais relativas a causas tributárias e do desempenho do Banco Moneo, criado em julho de 2005 com a finalidade de financiar os produtos da Marcopolo e que, em 2010, obteve lucro de R$ 25,8 milhões.

Crescimento das operações

Em 2010, a Marcopolo registrou crescimento de produção em suas operações no Brasil e no exterior. Das 27.580 unidades fabricadas no ano passado, 18.900 (68,5%) foram produzidas no País e as demais 8.680 (31,5%) no exterior. O crescimento no mercado interno foi de 38,2% em relação à produção do ano anterior – 13.672 unidades – e as operações do exterior registraram aumento de 52,0% sobre 2009 – 5.712 unidades.

No mercado brasileiro, além dos aspectos já mencionados que contribuíram para o crescimento do segmento de ônibus, destaca-se também o projeto “Caminho da Escola”, desenvolvido para fornecer transporte escolar para alunos das zonas rurais no Brasil e que seguirá sendo um importante propulsor das vendas de micro e miniônibus.

No exterior, mesmo enfrentando a excessiva valorização do real frente ao dólar – moeda utilizada nas operações internacionais – a Marcopolo procurou atender os mercados conquistados ao longo dos anos e manteve expressivo fornecimento para diversos países, com 2.426 unidades exportadas, alta de 10,7% em relação a 2009.

Em relação às operações internacionais, na Índia, onde a Marcopolo possui uma joint venture com a Tata Motors, a produção foi de 5.216 unidades (consolidação proporcional à participação de 49,0% da Marcopolo na sociedade), com crescimento de 107,2% em relação a 2009.

A operação na Argentina cresceu 53,8%, com a produção de 723 unidades. Na África do Sul, o volume total foi de 416 unidades, 35,1% superior à de 2009, com manutenção da liderança de mercado e 42,0% de participação. Já na Colômbia, a Superpolo produziu 1.472 unidades, sendo que 50,0%, ou 736 unidades, foram consideradas na produção consolidada da Marcopolo. Este volume foi 15,4% maior que o de 2009, em função da forte demanda por ônibus no país. E no México, o volume produzido pela Polomex foi de 1.255 unidades. Nesse país, a empresa enfrenta a recuperação lenta e gradual do mercado de ônibus, ainda muito abaixo dos patamares antes da crise econômica de 2008.