Sem a PRF, agentes do Samu ajudam a ordenar o trânsito após acidente no Acesso Norte, na BR-324

Um acidente com duas mortes na BR-242 foi o principal fato do primeiro dia útil da greve dos policiais rodoviários federais (PRF) na Bahia. A paralisação atinge todas as dez delegacias e 26 postos de fiscalização no Estado e envolve os 615 agentes que atuam nos 5,5 mil km de rodovias federais que atravessam o Estado. Nesta terça-feira, 27, a partir das 9 horas, eles fazem assembléia na sede do sindicato, localizado na Rua Manoel Barreto, na Barra.

Na BR-324, a principal rodovia federal na Bahia e por onde passam, em média, 50 mil veículos por dia, os policiais de plantão na manhã desta segunda-feira, 26, não tinham registrado quaisquer acidentes, mas no trecho da rodovia que atravessa Salvador, no Acesso Norte, o táxi placa JWZ-0603, de Lindemar Matias, subiu o canteiro central e colidiu com o guard-rail, depois de ter sido fechado por outro veículo.

Samu – O controle do fluxo de trânsito no local teve que ser feito por agentes do Samu 192, que colocaram cones para orientar os motoristas a evitarem a faixa da esquerda, onde o táxi ficou quebrado, até ser finalmente rebocado por um guincho.

Por causa da greve, apenas os acidentes envolvendo vítimas estão sendo atendidos pelos agentes, que suspenderam a fiscalização de veículos, as abordagens para inibir o excesso de velocidade, o controle do transporte clandestino de passageiros e uso de bebidas alcoólicas por quem está dirigindo. Na BR-324, onde atuam 118 agentes, nenhum deles estava trabalhando na manhã desta segunda.

Até o início da tarde, a coordenadora do Núcleo de Informações da Polícia Rodoviária Federal, Emmanuele Scwhartz, não tinha informações sobre os acidentes ocorridos durante a Operação Corpus Christi, porque esses registros não foram feitos pelos agentes de plantão.

Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários na Bahia, José Carlos Santana, enquanto não houver uma resposta satisfatória do governo federal às reivindicações da categoria, o movimento deverá continuar. Ele explicou que dos 615 agentes em atividades no Estado, apenas 25% permanecem trabalhando, mas apenas em serviços administrativos. “Todas as atividades operacionais nas estradas estão paradas”, disse.

Acostamento – O motorista do caminhão-tanque placa HZN-3645, Edmundo Souza, 37 anos, quebrou o veículo quando se dirigia de Candeias para Salvador, próximo ao bairro de Valéria, na BR-324, e foi um dos que sentiram falta do apoio da PRF. A situação foi a mesma vivida pela família de Josemário Conceição, 46, que ia para Juazeiro e quebrou o carro próximo ao Viaduto de Santo Amaro. Temeroso de assaltos, por estar em um lugar ermo, ele retirou os pertences mais valiosos do carro e ficou com a família em um ponto de ônibus aguardando a chegada de socorro mecânico que pediu a parentes que ficaram em Salvador.

A BR-324 é a principal rodovia federal no Estado e, no trecho de 112 quilômetros entre Salvador e Feira de Santana, apresenta uma série de problemas que vão desde a falta de acostamento a buracos e sinalização precária, por causa do mato.