CENA RARA: Foto: Divulgação

De acordo com decisão da Justiça Federal de Brasília, PRF está obrigada a voltar a operar os radares em todas as rodovias federais do país até o dia 23

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) lançou nesta sexta-feira (20) mais uma edição da Operação Integrada Rodovida em todo país. O esquema, que abrange as festas de Natal, Ano Novo e Carnaval, tem como objetivo integrar órgãos públicos federais, estaduais e municipais com o objetivo de reduzir os índices de violência no trânsito.

De acordo com a PRF, a ação especial vai até o dia 1º de março de 2020 e envolve cinco ministérios (Justiça e Segurança Pública; Infraestrutura; Saúde; Educação; e Mulher, Família e Direitos Humanos), além das polícias estaduais, guardas municipais e outros órgãos ligados à área de trânsito no país.

Apesar de não estar entre as prioridades da PRF, a fiscalização do limite de velocidade nas BRs terá que ser colocada em prática a partir do dia 23 (segunda-feira), segundo decisão do juiz Marcelo Monteiro, da 1ª Vara Federal do Distrito Federal, que determinou à PRF a volta da operação dos equipamentos.

De acordo com a PRF, o foco da Operação Rodovida será, entre outras prioridades, a embriaguez ao volante, as ultrapassagens proibidas e o uso do cinto de segurança e das cadeirinhas. Também serão feitas fiscalizações específicas de caminhões e de motocicletas. Estão previstas ainda ações educativas, no Paraná e em outras partes do Brasil.

Falta de fiscalização de velocidade

De acordo com um estudo feito pelo SOS Estradas, a média mensal de vítimas nas rodovias federais vem aumentando desde que o governo decidiu mudar sua política com relação aos radares. A média de mortos nos três primeiros meses do ano, com todos os equipamentos ligados, foi de 398 mortos. No período de agosto a outubro, essa média já estava em 446. E foi a partir de 16 de agosto que a PRF deixou de multar nas rodovias federais porque o presidente Bolsonaro determinou o recolhimento de todos os radares portáteis.

De acordo com o coordenador do SOS Estradas, Rodolfo Rizzotto, o bom senso parece que vai prevalecer, caso a volta da fiscalização de velocidade por meio de radares móveis, determinada pela justiça federal de Brasília, aconteça no próximo dia 23.

Ainda conforme Rizzotto, “considerando que não há nenhuma modificação na política de segurança viária nas rodovias federais que permitisse justificar este aumento, a não ser o desligamento e recolhimento de radares, o aumento de mortos em acidentes em 600 pessoas ao longo de 12 meses, em que a velocidade pode ter sido a principal causa, pode ser estimado em 85%. No mesmo período, seriam 6.000 feridos a mais. Números sem precedentes na história da segurança viária no Brasil”.

REDUÇÃO DE ACIDENTES: Enquanto a PRF deixou de fiscalizar o limite de velocidade nas BRs – o que resultou no aumento de acidentes e mortes – a concessionária Arteris Litoral Sul investiu em uma área de escape na BR-376, no PR, para reduzir o número de acidentes.