O projeto executivo da duplicação da rodovia BR-470 ainda não foi finalizado, mas os técnicos já identificaram 20 nós que merecem atenção para ampliar as pistas.

Concluído em março e disponível para consulta popular nas prefeituras do Vale, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que antecede o projeto executivo, aponta 11 cruzamentos e nove pontes, distribuídos entre os 74 quilômetros de Navegantes a Indaial, que terão de ser reformulados.

Entre as estruturas apontadas como gargalos estão o Viaduto da Mafisa, em Blumenau, e o viaduto sobre a BR-101, em Navegantes. São pontos onde o tráfego rodoviário se mistura ao tráfego urbano local. O EIA foi apresentado à população quinta-feira e sexta-feira, em audiências públicas em Blumenau e Navegantes.

A maior parte da rodovia foi desenvolvida nas décadas de 1970 e 1980, pelo antigo Departamento de Estradas e Rodagem de Santa Catarina, atual Deinfra. A concepção de estradas da época contemplava uma faixa de domínio de apenas 70 metros de largura, metade do modelo federal.

As vias foram desenvolvidas para abrigar a média de 3 mil veículos por dia. Hoje, têm a mesma estrutura para 12 mil veículos. O Departamento Estadual de Trânsito (Detran) não dispõe de dados antigos, mas estima-se que, em três décadas, o contingente de veículos quadriplicou nos municípios por onde passará a duplicação.

– Temos um conflito de tráfego urbano com o de trânsito rápido da rodovia. Os municípios não proveram rotas alternativas para interligar os bairros, e a rodovia se tornou a única via de escape para os moradores das áreas periféricas – analisa o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Elifas Marques.

Como resultado, as interligações da rodovia BR-470 nos trevos formados com vias municipais têm alto índice de acidentes e muitos engarrafamentos.

– O uso lateral da rodovia trouxe o fluxo urbano e os pedestres. A concentração de pessoas numa área que deveria servir para o trânsito rápido é o que potencializa os acidentes – aponta o doutor em sistemas de transportes Ivo Reinhold.