SURPRESA BOA: Depois de cancelar o aumento no pedágio do DER, na SP-324, em Vinhedo, governo paulista cancela reajuste em todas as praças de pedágio no Estado. Aumento agora, só em 2023. Foto: Aderlei de Souza

Depois da publicação no Diário Oficial do cancelamento do aumento do pedágio na SP-324, em Vinhedo, previsto para esta sexta-feira (1º/7), Governo informa em seu site oficial cancelamento do reajuste em todas as estradas paulistas

Numa decisão, no mínimo, estranha, o Governo do Estado de São Paulo recua e cancela o aumento das tarifas de pedágio na Rodovia Miguel Melhado Campos (SP-324), em Vinhedo (SP) – única praça administrada pelo Estado, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), e acaba de anunciar o cancelamento de reajuste em todas as rodovias paulistas, neste ano. Aumento ficou para 2023.

A decisão do cancelamento do reajuste de tarifas do DER, na SP-324, foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) na edição desta quinta-feira (30). Um dia antes de entrar em vigor os novos valores.

Segundo o Governo de São Paulo, “a Secretaria de Logística e Transportes (SLT) não vai reajustar, neste ano, as tarifas de pedágios cuja mudança nos valores estava prevista para esta sexta-feira (1º/7). A atualização seria de 10,72% (IGPM) a 11,73% (IPCA) – dependendo do indexador do contrato de concessão – para perdas inflacionárias ocorridas nos últimos 12 meses (de junho/2021 a maio/2022). A decisão acontece por causa da atual conjuntura econômica e do custo Brasil, com a alta desenfreada dos preços, em especial, de combustíveis.

Anunciei há pouco que não haverá reajuste de pedágio nas rodovias paulistas. Diante da alta desenfreada dos preços, principalmente dos combustíveis, é impensável onerar o bolso dos paulistas”, disse Rodrigo Garcia.

Além disso, a SLT (Secretaria de Logística e Transportes) e a Artesp foram incumbidas de criar uma nova política estadual para as rodovias concessionadas paulistas para buscar soluções que, por um lado, não prejudiquem a população e os setores que dependem do transporte pelas rodovias, e, por outro, não inviabilize os contratos assinados com as concessionárias.

Preocupado com cenário econômico nacional ruim, que prejudica tanto nossa população, o Governo de SP tomou esta decisão. Mas vale lembrar que o Governo de SP não descumpre contrato e vai dialogar com todos os setores envolvidos, inclusive as concessionárias e não onerar ainda mais o orçamento estadual”, disse João Octaviano Machado Neto, secretário estadual de Logística e Transportes.

Segundo o Governo de SP, foi criada uma câmara temática que envolve Artesp, Procuradoria Geral do Estado (PGE), secretarias de Governo e da Fazenda, além da Associação Brasileira de Concessionária de Rodovias (ABCR.

Ainda segundo o Governo, o objetivo da Câmara Temática – que tem também a presença do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (SETCESP) e da Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de São Paulo (FETCESP), é discutir formas de compensação com as concessionárias e, assim, evitar a quebra de contratos.

Outras medidas

Além da decisão de não reajustar o valor dos pedágios, o Governo de SP tem agido em outras frentes para evitar que a inflação aumente ainda mais. Na segunda-feira (27), anunciou a redução do ICMS da gasolina no Estado de São Paulo de 25% para 18%. A expectativa é que essa decisão cause um efeito na bomba com baixa de cerca de R$ 0,48.

Desde novembro de 2021, São Paulo congelou o ICMS embutido na gasolina em R$ 1,50. Sem o congelamento, hoje o imposto estaria em R$ 1,74. Com a redução anunciada nesta segunda-feira, o valor chega a R$ 1,26 em 1º de julho, o que representa R$ 0,48 de colaboração à redução do preço na bomba.

Concessões

O reajuste anual das tarifas de pedágio se refere às estradas administradas pelas 20 concessionárias pertencentes ao Programa de Concessões Rodoviárias do Estado de São Paulo está previsto em contrato, das quais 17 teriam os valores das tarifas atualizados nesta sexta (1º/7), uma (Entrevias) em 6 de julho, outra (Eixo SP), em 23 de novembro. A única exceção é a ViaPaulista, que teve reajuste em maio passado.

Conforme preveem os contratos, as concessionárias são responsáveis por uma série de investimentos que trazem benefícios aos usuários, através de melhor segurança e conforto nas estradas. Desde 2019, o Programa de Concessões de SP proporcionou investimentos de mais de R$ 28,8 bilhões em obras, operação e manutenção dos 11,1 mil quilômetros de malha concedida. São intervenções como duplicações, modernizações de dispositivos, melhorias na segurança viária, implantação de novas faixas de rolamento e de marginais, entre outras benfeitorias e serviços. Já o valor aplicado na malha desde o início do Programa já ultrapassa os R$ 186 bilhões.

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