Como um trator passando por cima de corpos no chão, o Congresso Nacional aprovou hoje várias modificações na chamada Lei do Descanso que a descaracterizam.

O texto final da lei sequer ficou disponível para os parlamentares, foi entregue no plenários minutos antes da votação.

Apesar da resistência de vários deputados como: Hugo Leal, Ivan Valente, Chico Alencar e do PCdoB, o substitutivo foi aprovado no afogadilho. Chico Alencar lembrou que estavam abrindo um precedente perigoso ao aumentar a jornada contrariando a CLT.

Ficou evidente que o texto foi aprovado sem que os parlamentares soubessem no que estavam votando. Mas foram os parlamentares ligados a Confederação Nacional da Agricultura e Confederação Nacional da Indústria que tinham o texto a sete chaves. Essas entidades foram os grande patrocinadores do entusiamo dos deputados que desejavam revogar a lei. Naturalmente que o objetivo dos mesmos era atender aos interesses econômicos.

Os nomes de todos eles serão divulgados oportunamente, mas os principais, que vem participando desde o início são: Nelson Marquezelli, Vilson Covatti, Jeronimo Goergen, Jovair Arantes, Valdir Collato, Junji Abe. Fizeram uma grande mobilização para conseguir aprovar a “nova lei” mesmo sabendo que ela vai provocar a morte de milhares de brasileiros.

As entidades que defendem de fato os interesses dos motoristas profissionais estavam atônitas e foram atropeladas pela velocidade das alterações no texto.

Para o Estradas.com.br que acompanhou os últimos momentos, ficou a nítida sensação que quando a lei atende a interesses poderosos ela é empurrada goela abaixo da sociedade. Revoga-se e lei que não interesse e produzem outra como se faz salsicha nos frigoríficos.

A CUT trouxe uma tropa de pelegos para o Plenário, conforme definiu Jandira Feghali, e deixou claro que sua luta por redução de jornada é uma balela. Conforme o jogo dos interesses a situação muda. Nenhum idealista das esquerdas consegue explicar o posicionamento da entidade.

Um vergonhosa atuação do deputado Vicentinho e Arlindo Chinaglia chamou atenção por ampliarem a jornada de trabalho de 10h para 12h, sem contar o aumento do tempo de direção de 4h para 5h30. Justamente os representantes do PT que sempre lutaram por redução de jornada. O discurso do Deputado Federal Vicentinho foi patético. Seguramente Tiririca é mais eloquente e mais digno do voto dos brasileiros.

PERDA DE RECEITA E BALIO DE GATO
Acima de 2h de espera o caminhoneiro não será mais remunerado, como na Lei em vigor, e será considerado tempo de descanso. Como se esperar para carregar e descarregar pudesse ser considerado descanso.

Mas a nova lei, que ainda depende de passar no Senado, depois retorna para a Câmara e vai a sanção presidencial, é uma balaio de gato, com inúmeros itens novos, que nada tem a ver com a Lei 12.619/12. Na medida que ficarem mais claras as consequência desse texto, informaremos.