ALTA: Balanço da Anfavea mostra que resultado foi o melhor dos últimos 19 meses. Produção de ônibus cresceu 50 % em relação ao mesmo período de 2021. Foto: Aderlei de Souza

De acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Autoveículos), retomada de algumas fábricas ajudou, e outubro produziu 177,9 mil veículos; 2,6% a mais que em setembro, e queda de quase 25% se comparado a outubro de 2020

A volta da operação de algumas fábricas, que estavam de braços cruzados, possibilitou que o mês de outubro fabricasse 177,9 mil veículos, 2,6% a mais que em setembro. Entretanto, na comparação com outubro de 2020, a queda foi de 24,8%.

Segundo a Anfavea, geralmente outubro é um mês de produção bastante elevada, para abastecer as lojas na reta final do ano, quando a procura é mais aquecida. Porém, as limitações de componentes eletrônicos fizeram com que este outubro fosse o pior dos últimos cinco anos, de acordo com o balanço mensal divulgado pela Associação.

De acordo com o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, os esforços das áreas de Compras, Logística e Manufatura das montadoras merecem elogios. “Infelizmente a demanda reprimida, somada ao tradicional aquecimento de fim de ano, poderá não ser atendida pela oferta”, explicou Moraes.

Segundo ele, as vendas ao mercado interno e os estoques reduzidos refletem com precisão o que ocorre na produção, revelando que tudo o que é produzido é rapidamente repassado aos clientes. “Em outubro foram 162,3 veículos emplacados, 4,7% a mais que em setembro e 24,5% a menos que em outubro de 2020. Assim como verificado na produção, este foi o pior outubro dos últimos cinco anos em vendas”, comparou.

PIOR MÊS: “Assim como verificado na produção, este foi o pior outubro dos últimos cinco anos em vendas”, disse o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes. Foto: Divulgação/Toyota do Brasil

Caminhões registrou queda

De acordo com o relatório da Anfavea, houve leve queda de produção (1,7%) e vendas (5%) para caminhões em outubro, na comparação com setembro, o que indica que a falta de semicondutores também começa a afetar este segmento que vinha em alta desde a metade do ano passado. Por terem volumes de produção menores do que os automóveis, os caminhões ainda não tinham sido fortemente impactados pela falta de itens eletrônicos até então.

As exportações de 29,8 mil veículos representaram alta de 26,1% sobre setembro e queda de 14,6% sobre outubro de 2020. No acumulado do ano já foram exportadas 241,9 mil unidades, 26,8% a mais que no mesmo período do ano passado. É um desempenho superior às altas acumuladas de produção e de vendas, de 16,7% e 9,5%, respectivamente, lembrando que 2020 teve um desempenho fortemente prejudicado pelo início da pandemia.

Moraes explica que os números estão em linha com as projeções refeitas há um mês, que apresentavam um crescimento tímido em relação ao ano passado – diferente da expectativa do início do ano, que era de uma forte reação.

De acordo com o presidente, com todos os problemas nas linhas produtivas, é interessante notar que houve aumento do nível de emprego ao longo de 2021, com 1.402 novas vagas nas fábricas de veículos – são 102.625 funcionários diretos, sem contar os das fábricas de máquinas agrícolas e de construção.

“Nossa indústria faz o possível e o impossível para garantir os empregos, sempre na expectativa de uma reação do mercado. Esperamos responsabilidade de todos os agentes públicos para que em 2022 haja uma melhoria no ambiente geral de negócios, a despeito de ser um ano eleitoral”, concluiu Moraes.

Com informações da Ascom da Anfavea