Seis meses após ser inaugurada, a rodovia CE-154, no trecho de 16km entre o entroncamento com a CE-060, no Município de Iguatu e a cidade de Quixelô, já apresenta buracos no meio da pista e rachaduras ao longo do acostamento. Os moradores e motoristas reclamam da qualidade do serviço e temem que, após a chegada do período invernoso a partir de janeiro de 2011, a estrada fique novamente estragada.

A rodovia foi reconstruída e o novo asfalto foi concluído neste ano, mas parte dele não suportou sequer a primeira chuva que ocorreu há 15 dias. Logo após a conclusão da obra realizada pela construtora Delta, moradores e motoristas começaram a reclamar da qualidade do serviço. “Colocaram apenas óleo e depois uma camada fina de brita”, disse o representante comercial, Luís Ribeiro. Com os buracos que surgiram, é fácil observar que a cobertura de asfalto é fina, cerca de um centímetro.

“Este asfalto não tem qualidade e não vai suportar o inverno e o tráfego de veículos”, prevê o comerciante José Gomes. Um engenheiro especializado em construção de rodovias que pediu para não ser identificado disse que a qualidade da obra ficou aquém das exigências técnicas e sugeriu, ainda, que houve falhas ou conivência na fiscalização do serviço.

Ontem, pela manhã, cerca de 20 operários da Construtora Delta colocavam óleo e areia sobre as rachaduras ao longo do acostamento. Era uma forma de encobrir as fissuras. Indagado sobre a qualidade do serviço, um operário respondeu: “Não sei se dá certo, mas mandaram a gente fazer isso”. Nesta terça-feira, o superintendente do DER, Quintino Vieira, deve vir a Iguatu para verificar os problemas no trecho danificado e acompanhar outros serviços e demandas na região.

O engenheiro residente do 18º Distrito Operacional do Departamento de Edificações e Rodovias (DER), Francisco Gentil Lima, disse que o problema verificado na rodovia foi discutido nesta semana em reunião com a superintendência do órgão e representante da empresa Delta. “A construtora comprometeu-se a recuperar os trechos danificados a partir da semana”, disse. “Esses problemas não deveriam estar acontecendo”. Gentil esclareceu que, na época da obra, ele não estava como engenheiro residente em Iguatu.