Em discurso no Plenário nesta terça-feira (12), a líder do PT no Senado Federal, senadora Ideli Salvatti (SC), informou ter enviado correspondência à ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sugerindo que rodovias federais e estaduais já ampliadas e reformadas com dinheiro público não sejam concedidas à iniciativa privada. A senadora disse que se a concessão destas rodovias for completada, o investidor privado terá lucros com pedágios sem investir na melhoria das estradas.

– Precisaremos, em determinadas situações, executar processos de concessão com cobrança de pedágio. Mas concessionar e estabelecer pedágios onde a obra está concluída, pronta, restaurada, duplicada e a iniciativa privada não investiu nenhum tostão, não é justo – opinou.

Ideli informou que o Tribunal de Contas da União (TCU) já sinalizou positivamente para a continuidade do processo de licitação de sete lotes de estradas, entre elas algumas já melhoradas com dinheiro público, pois o edital de abertura das licitações é de 1997.

Ideli citou como exemplo o trecho norte da BR-101, que passa por Santa Catarina, e que já foi restaurada, duplicada, sinalizada e mantida ao custo de R$ 48 milhões para os cofres públicos nos últimos quatro anos. Outra rodovia que pode acabar sendo licitada, acrescentou a senadora, é a BR-116, que recebeu investimentos públicos nos últimos quatro anos da ordem de R$ 12 milhões. Ideli afirmou que o estado de Santa Catarina não tem pedágios em suas rodovias estaduais e federais.

– Santa Catarina, ao longo desses quatro anos, teve algo em torno de R$ 600 milhões aplicados nas rodovias federais. Agora, sem a entrada de nenhum tostão da iniciativa privada, entregar-se-ia exatamente o filé mignon, exatamente a BR-101 e a BR-116, à iniciativa privada para que pudesse cobrar pedágio? – questionou Ideli.

Em aparte, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) apoiou o pronunciamento da colega.