O governo deverá adotar o sistema digital nas rodovias para cobrança de um pedágio diferenciado, com o objetivo de reduzir as tarifas pagas pelos usuários, informaram o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), José Alexandre Nogueira de Resende, e o secretário de Política Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes, José Augusto da Fonseca Valente. Eles participaram de audiência pública sobre concessões no sistema rodoviário na Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI).
O secretário explicou que a intenção do governo é implantar no prazo de cinco anos o sistema digital, de modo que o usuário possa pagar somente pelo trecho que utilizar na rodovia.
Essa é uma das opções do governo para tentar reduzir em aproximadamente 20% as tarifas de pedágio. Em janeiro, a licitação para concessão de sete trechos de rodovias federais, que vinha sendo conduzida pela ANTT, foi finalmente suspenso, após várias interrupções e modificações nos últimos sete anos, ora por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), ora por decisão do próprio governo.
Já o diretor da ANTT fez um alerta para o fato de que um patrimônio rodoviário de US$ 150 bilhões está se perdendo no país devido à má conservação das rodovias, e lamentou a morte, a cada ano, de 35 mil pessoas nas estradas.
– É um índice extremamente alto de usuários atingidos, para não falar no número alto de usuários [feridos] que requerem assistência, o que exige custos operacionais. Só na rodovia Dutra houve 296 mil atendimentos no ano passado – afirmou Resende.
A descentralização de parte da malha federal para os estados não deu certo, segundo o secretário Fonseca Valente. Foram entregues aos estados 14,5 mil quilômetros de rodovias e repassados R$ 1,9 bilhão em recursos para manutenção, mas a maioria não conseguiu cuidar das estradas, abandonadas até dezembro de 2005, quando o TCU determinou a intervenção do governo no setor.